Bandes tem lucro recorde de R$ 99,3 milhões em 2024
Banco de desenvolvimento capixaba concedeu mais de meio bilhão de reais em créditos, sendo R$ 355 milhões em crédito R$ 156 milhões em debêntures ESG
O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) alcançou resultado recorde em 2024. Foram R$ 511 milhões de reais concedidos no ano passado, sendo R$ 355 milhões em créditos diretos a empresas e R$ 156 milhões por meio do Funses Debêntures ESG, um programa que financia projetos de empresas por meio de debêntures (títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos no mercado financeiro) com objetivo de estimular a sustentabilidade e a inovação em áreas como educação, indústria, saúde e energia.
Os créditos do Bandes chegaram a 46 municípios do Estado. A maior parte dos recursos, R$ 243 milhões, foi para empresas da Região Metropolitana. A Região Norte ficou com R$ 116 milhões e a Região Sul ficou com R$ 152 milhões. O presidente do banco, Marcelo Saintive, disse que o objetivo em 2025 é chegar mais longe.
“A gente já utiliza parceiros como a Findes e o Sebrae, que vão ajudar muito a gente a autorizar o crédito do Bandes nessas cidades que a gente ainda não alcança. Nossa meta é chegar a todos os municípios do Estado neste ano com certeza”, disse Saintive.
Para o governador do Estado, Renato Casagrande, o resultado do Bandes aumenta a capacidade de oferecer mais crédito ainda em 2025.
“São números importantes e históricos chegar a quase R$ 100 milhões de lucro líquido. Isso aumenta a capacidade de ofertar mais crédito, mais financiamento, alavancar mais a economia capixaba na direção que nós julgamos que é a direção correta. Nós estamos discutindo com empreendedores, estamos financiando muito a inovação, empresas que investem na transição energética, em mudança de fonte de energia para a gente poder alcançar o nosso objetivo de descarbonizar ou neutralizar as emissões de carbono até 2050”.
Fundo Clima Capixaba
O governador disse ainda que o Fundo de Sustentabilidade do Estado deve ser lançado até o meio deste ano.
Estamos chamando popularmente como Fundo Clima Capixaba. Depois teremos o nome técnico. Esperamos que saia até o meio do ano. Nós estamos fazendo um arranjo que envolve o BNDES e vamos envolver o nosso Fundo Soberano. Nós vamos colocar neste fundo R$ 500 milhões e queremos que o BNDES também possa colocar o mesmo valor. Renato Casagrande, governador do ES
O governador disse ainda que há a possibilidade de ter recursos privados dentro do fundo de sustentabilidade.
“Acredito que a gente possa ter também um arranjo e um formato que permitam que outras empresas e fundos privados, que também queiram financiar a descarbonização, possam participar. O Bandes está na fase final de formulação, sendo assessorado por pessoas que conhecem também o tema. Nos próximos dias eles vão me apresentar a primeira versão e a gente quer até o meio do ano estar com isso anunciado no formato que a gente acha mais adequado”.
R$ 72 milhões para o turismo em 2025
Outro foco de investimentos e liberação de linhas de crédito para 2025, anunciado pelo Bandes, é no turismo. O vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, chamou atenção para o retorno que esse tipo de aporte pode ter e o impacto para cada região, partindo do desenvolvimento turístico do Estado.
Em 2023 o Bandes concedeu R$ 9 milhões em créditos voltados para o turismo. No ano passado foram R$ 13 milhões e para este ano a expectativa é de conceder R$ 72 milhões. Dá pra falar nessa curva ascendente de um recurso altamente subsidiado para fortalecer as estruturas do turismo no Espírito Santo. Eu falo de restaurante, hotel, pousadas, Ricardo Ferraço, vice-governador do ES
“Em 2023 o Bandes concedeu R$ 9 milhões em créditos voltados para o turismo. No ano passado foram R$ 13 milhões e para este ano a expectativa é de conceder R$ 72 milhões. Dá pra falar nessa curva ascendente de um recurso altamente subsidiado para fortalecer as estruturas do turismo no Espírito Santo. Eu falo de restaurante, hotel, pousadas”, disse Ferraço.
Ele pontuou ainda que é preciso viabilizar recursos para que estruturas turísticas do Estado sejam cada vez mais sustentáveis com estrutura fotovoltaica.
“Porque se você financia a estrutura fotovoltaica, que é a energia solar, você reduz o custo da energia elétrica. Obviamente que o governo faz muito mais investimentos em outras áreas, como infraestrutura, por exemplo. Por exemplo, quando você faz um investimento numa rodovia ligando Bebedouro, em Linhares, até Regência, você gasta só numa rodovia como essa, R$ 200 milhões. Então, você tem todo um conjunto de custos indiretos. Estamos falando de apoio do Bandes aos empreendedores do turismo. Mas você tem o programa Caminhos do Campo, tem calçamento rural. Esse orçamento é muito maior”.