Traficante extraditado do Paraguai e líder de organização criminosa é condenado a 79 anos de prisão
Após crimes, em 2016, Franklin André de Paula fugiu para o Paraguai de onde, segundo a Polícia Federal, ainda comandava o tráfico em Vila Velha, na Grande Vitória. O criminoso foi preso naquele país em 2019.
O traficante extraditado do Paraguai Franklin André de Paula foi condenado a 79 anos, 6 meses e 9 dias de prisão por dois homicídios, uma tentativa de assassinato e corrupção de menores. O julgamento foi realizado nesta terça-feira (25) em Vitória.
De acordo com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Franklin foi condenado por homicídio qualificado consumado contra Marcelo Rangel Farias e Marcos Aquino Nunes Júnior, e ainda por homicídio qualificado tentado contra Breno Lucas França do Amaral, além de corrupção de menores. Os assassinatos ocorreram no Morro do Alagoano, em Vitória, em 31 de outubro de 2016.
Franklin foi preso em 2019, no Paraguai, onde vivia com a esposa em uma chácara, na zona rural da cidade de Captán Bado. Vivia no país ilegalmente e com nome falso, segundo informações da Polícia Federal e da Guarda Municipal de Vila Velha.
Na sentença de condenação, assinada por Lívia Regina Savergnini Bissoli Lage, da Primeira Vara Criminal de Vitória, a juíza decidiu manter preso Franklin “em razão de sua periculosidade concreta e da gravidade concreta da conduta”.
Em outro trecho da sentença, a magistrada disse:
“Está demonstrado que a liberdade do denunciado gera relevante instabilidade à ordem pública, além de evidente risco de reiteração delitiva”.
O promotor de Justiça do MPES, Rodrigo Monteiro, disse que o processo contra Franklin ficou paralisado em decorrência de sua fuga e que foi retomado quando ele foi capturado.
“Ele foi preso no Paraguai, em local reconhecido como sendo o de maior entrada de drogas e armas para o Brasil. No processo, informou que estava na região passeando. Esteve no local foragido após o cometimento de mais crimes no Espírito Santo. Não importa o tempo que o processo teve que ficar parado em decorrência de sua fuga. Foi retomado após sua captura e o nosso objetivo é trabalhar para fazer Justiça”, informa o promotor.
O que disse a defesa
Para o jornalismo da Rede Gazeta, o advogado Rafael Almeida de Souza, que faz a defesa de Franklin, adiantou que vai recorrer contra a sentença de condenação. O profissional apontou que existem nulidades no processo que induziram os jurados a decidirem contra a prova existente no processo.
“E, quanto à pena aplicada, pretendo demonstrar que houve equívoco por parte da magistrada, que fixou a pena além dos parâmetros legais”, explica.
Sobre a fuga para o Paraguai, o advogado informou que o cliente foi para aquele país antes de ser citado pela Justiça estadual. “Franklin não responde a nenhuma ação penal naquele país e sua prisão se deu apenas em razão dos processos que responde na 1ª Vara Criminal de Vitória”, disse.