Prefeitos da Grande Vitória na Campanha do Governador

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As últimas eleições foram verdadeiras batalhas nos cenários nacional e estadual com clara evidência de que as forças políticas capixabas travaram uma disputa muito acirrada, porém os prefeitos da região metropolitana demonstraram sua importância na decisão das urnas, vejamos:

 

Euclério Sampaio – prefeito de Cariacica, foi um gigante articulador na campanha do governo do estado ao construir, no primeiro turno, a vitória de vários de seus aliados para o poder legislativo, e chamou para si a responsabilidade e a coordenação da campanha de Renato Casagrande, em Cariacica. Casão venceu os dois turnos na cidade. Euclério participou, desde o início, do grupo central de decisões da coordenação da campanha. Informações circularam, no meio político, que as ações estratégicas e discípulas de Maquiavel saíram da mente e construção desse líder. Euclério, com as lideranças locais, soube usar o grande volume dos investimentos que Casagrande realizou na cidade, convencendo assim, a maioria dos eleitores. O prefeito, antes questionado em capacidade de gestão, é uma grata surpresa ao comandar um município tão complexo.

O município de Cariacica recebeu vários investimentos por parte do governo estadual e o montante de recursos fez Euclério ser o prefeito mais bem avaliado do estado, durante grande parte dos últimos dois anos. O prefeito de Cariacica se transformou em um dos mais importantes atores da política estadual e detém um alto prestígio com o governador Casagrande. Prestigio também com as lideranças e a população de Cariacica, conquistando assim, o respeito de várias outras lideranças políticas do estado. Com este cenário favorável, será que estará com força para uma disputa ao Palácio Anchieta em 2026? Euclério tem seis mandatos na carreira política e sempre vencedor em suas apostas.

 

Sergio Vidigal – prefeito da Serra: O prefeito do maior colégio eleitoral do estado tem boa relação com o governador Renato Casagrande, há vários anos, e ambos participaram de muitas eleições em parceria. A Serra também tem recebido enorme apoio financeiro do governo, mas nem por isso, Vidigal conseguiu traduzir isso em votos no primeiro turno para seus aliados, de primeira hora, para o parlamento. A maior derrota, pessoal e partidária, foi a não eleição de sua esposa Sueli Vidigal para a câmara federal e pela primeira, vez nos últimos pleitos, seu partido, o PDT, não elegeu um representante para Brasília, apesar da votação considerável de Sueli Vidigal e Philipe Lemos. Por outro lado, para a assembleia legislativa seu partido recrutou velhos caciques regionais e terá força na casa. Vidigal mostrou força na composição ao colocar a cara na reta em favor de seu aliado histórico, Renato Casagrande, contra o oponente de sua cidade, Carlos Manato. Vidigal foi firme na movimentação, mobilização e coordenação da campanha de Casão, na Serra. Demonstrou não pensar em ações políticas futuras de retaliações ou perseguições ao seu governo local, caso não lograsse êxito em uma vitória de Casagrande. Vidigal foi personagem muito importante para a vitória de Casão em sua cidade, até mesmo na busca de possíveis recursos humanos e financeiros para uma campanha difícil, de muitas fake news e ataques mútuos. Vidigal perdeu, ganhando muito nessas eleições. Tem que ser respeitado.

Arnaldinho Borgo – prefeito de Vila Velha: Também teve uma importância muito grande na reeleição do governador Renato Casagrande. Arnaldinho surfou em ondas calmas com o governo ao receber grandes e importantes investimentos para Vila Velha, principalmente na área de infraestrutura urbana, como as EBAPs e demais investimentos no combate aos alagamentos. Um dos maiores problemas do município que está tendo atenção especial na sua administração. No primeiro turno, Arnaldinho titubeou um pouco em se colocar ao lado de Casagrande. A mudança de postura no segundo turno foi muito importante para a vitória de Casagrande também em Vila Velha.  O jovem prefeito, muito bem avaliado em sua cidade, entrou firme no comando da campanha durante o segundo turno e certamente terá ainda maior carinho e parceria com o governador. Arnaldinho elegeu seu vice-prefeito, Vitor Linhares, para deputado federal e para a assembleia legislativa não logrou êxito com seus principais aliados como o secretário Anadelso. Ousado, o prefeito também já vive sonhando com 2026, mesmo tendo pela frente uma reeleição bem encaminhada para 2024. Isso se as muitas águas que passarão embaixo das pontes e das vias de Vila Velha não atrapalharem seus projetos. Uma coisa certa é que Arnaldinho receberá muito apoio de Renato Casagrande e sua equipe para transformar Vila Velha em uma cidade cada vez mais próspera. Arnaldinho perdeu pouco, mas ganhou muito.

 

Wanderson Bueno – prefeito de Viana: Esse garoto de bobo não tem nada. Herdeiro político do ex-prefeito e agora deputado federal, Gilson Daniel – o Águia da política – que olha para si primeiro, mas enxerga amplamente o tabuleiro político estadual. Wanderson até tenta empregar uma nova marca com sua própria pegada, sabe que é difícil, porém usufrui de ótima parceria com o atual governo do estado. Não é difícil imaginar que certamente terá na nova gestão Casagrande o fortalecimento e ampliação da parceria aumentada com mais recursos chegando em Viana. O município tem uma boa sequência administrativa, tornou-se importante polo logístico estadual e se desenvolveu em serviços entregues a sociedade vianense, com a ajuda do governo do estado. O prefeito desde o primeiro turno esteve sempre muito ativo na campanha do Casão, bem mais que seu aliado Gilson Daniel. Wanderson passa a ter créditos próprios no novo governo e aliado com Euclério, Vidigal e Arnaldinho formaram um time forte para assim, pensarem no futuro político do Espírito Santo. Wanderson precisa se consolidar um pouquinho mais para se firmar como a segunda maior liderança de Viana e conquistar 2024. Certamente, contará com o apoio estrutural e político do reeleito Renato Casagrande.

Lorenzo Pazolini – Eleito de forma surpreendente para capital Vitória, em uma arrancada fenomenal, típica dos stakeholders eleitorais, Pazolini começou a todo vapor sua gestão, despertando a curiosidade adversária ao ponto de muitos acreditarem que o mesmo teria novos voos em 2022. Ao se deparar com as dificuldades de marinheiro de primeira viagem na política municipal, foi perdendo força com tutores afoitos e não tão experimentados também. Por isso, começou a pairar pelos ares dos analistas que o mesmo estava errando, não na administração, mas sim, no campo político. Ao se apaixonar pelo projeto do presidente da Assembleia, o derrotado Erick Musso, Pazolini demonstrou passionalidade política forte e partir para a briga franca, o que começou a deteriorar seu capital político. Pazolini errou em suas alianças, não elegeu seus principais aliados e ainda vê sua oposição crescer, até mesmo em sua base não tão sólida assim, na câmara de vereadores. Na política a frase “ficar em cima do muro” é pior que ser oposição. E por incrível que pareça é a frase que mais se encaixa ao prefeito de Vitória nesse momento. Não se declarou abertamente adversário do Casão e também não se posicionou ao lado do adversário dele.  Pazolini é considerado nos bastidores políticos o prefeito mais derrotado do estado, puxado por sua âncora de estimação. Além disso, ele não terá uma vida fácil com o novo governo Casagrande. Enquanto comete erros em debates públicos com adversários, a exemplo do que fez com a sua vice-prefeita, Capitã Stéfane, vê fortalecido seu principal adversário em 2024, o agora deputado estadual, João Coser(PT), que é bem ancorado no presidente Lula e no governador Renato Casagrande. Repensar é preciso. Daqui pra frente Pazolini tem que ser resiliente, pois navegará em mares agitados. Terá habilidade?

 

Coluna: Conjuntura Política

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