Pai de médico capixaba que morreu no RS é preso em cemitério
Walter José Borges respondia, desde 2006, a um processo por estupro. Ele foi preso um dia após a morte do filho
Walter José Borges, de 82 anos — pai do médico Walter José Roberte Borges, que morreu oito meses após sofrer um infarto enquanto atendida vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul —, foi preso no Cemitério Jardim da Paz, na Serra, no dia do velório do filho.
O idoso foi levado para a Delegacia Regional de Serra, onde teve um mandado de prisão cumprido em seu desfavor. O mandado faz parte de um processo criminal no qual Walter foi condenado em 2008, por estupro.
Segundo a Polícia Civil, após os procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao sistema prisional. Walter José deu entrada na Penitenciária Estadual de Vila Velha VI no último dia 19, de acordo com a Secretaria de Estado da Justiça.
O processo teve início em 2006. Walter foi condenado à pena de 9 anos de reclusão, em regime prisional fechado. A defesa do pai do médico chegou a recorrer, mas a Justiça não aceitou os recursos. Walter não havia sido preso desde então.
Ao Folha Vitória, o advogado Mauro Sérgio dos Santos Loureiro, que representou Walter no processo, explicou que todos os recursos foram todos julgados.
“Ele jamais se conformou com a decisão judicial definitiva, haja vista que nega, veementemente, a prática do crime. É importante dizer que os laudos periciais, firmados por dois médicos legistas do DML, revelaram que a suposta vítima não teve sua integridade física violada e nem foi detectada a presença de espermatozoide. É certo que ele estava, como continua indignado com a possibilidade de cumprir a pena, pois, mesmo que a sentença tenha sido condenatória, ele reitera sua inocência”, disse Mauro Sérgio.
Segundo o advogado, apesar da condenação em 2008, ele não era considerado foragido. “Ele havia mudado de residência, indo conviver com seus parentes, dentre eles, o seu filho médico, de Linhares, que faleceu. Importante relatar ainda que o idoso, com uma família bem estruturada, jamais se viu envolvido prática de qualquer evento criminoso”, acrescentou o advogado.
Mauro Sérgio disse ainda que até o momento não foi intimado sobre a prisão e também não foi procurado pela família.