Lula está pessoalmente empenhado em entregar Vale ou Banco Mundial nas mãos de Mantega
A disposição do ex-presidente Lula para garantir uma posição privilegiada para Guido Mantega, seu ex-ministro da Fazenda, tem sido a pauta das conversas nos bastidores. Há dois planos principais em andamento, sendo a mineradora Vale a primeira opção, seguida por um cargo em um organismo internacional, possivelmente no Banco Mundial.
Lula tem feito uso de sua influência ao discutir com os principais acionistas da Vale, onde a Previ – Fundo de Pensão dos Funcionários do Banco do Brasil – detém 8,68% do capital total e tem dois representantes no conselho de administração. Seu compromisso é evitar que Mantega fique desamparado, alegando uma dívida pessoal com o ex-ministro.
Os esforços para acomodar Mantega na Vale seguem o mesmo padrão da nomeação de Márcio Pochmann para liderar o IBGE. No entanto, a ideia de ter Mantega como CEO da Vale não tem sido bem recebida pelos principais acionistas privados da empresa. Um deles afirmou: “Espero, numa conversa pessoal, dissuadi-lo. E apresentar alternativas. Na Vale, ele poderia ficar no conselho de administração. Ou ir para o conselho de Itaipu ou da Petrobras.”
Ainda que a Vale tenha sido privatizada em 1997, alguns membros do PT, incluindo Lula, acreditam que a empresa deve operar em linha com os chamados interesses estratégicos nacionais, alimentando assim o movimento para promover Mantega ao comando da mineradora.
Os demais grandes acionistas da Vale, entre eles Bradesco, Mitsui, Blackrock e Cosan, resistem à ideia de substituir o atual presidente, Eduardo Bartolomeo, cujo mandato vai até maio de 2024, especialmente por um nome como o de Mantega.
No entanto, o poder dos governos não pode ser subestimado. Apesar da mudança não ser iminente, e Mantega não ser o favorito, a pressão para uma reviravolta na diretoria provavelmente aumentará até o próximo ano.