Flamengo faz sufoco inicial do Vasco virar brisa e massacra com precisão
Time suporta marcação alta nos 15 minutos iniciais, domina meio-campo e converte quatro de sete finalizações no primeiro tempo
Contundência, entendimento do ambiente e timing certo para acelerar o jogo marcaram goleada que aproximou ainda mais o grupo da arquibancada, com direito a olé e confiança redobrada para novo desafio crucial contra o Racing, na quinta-feira. Os 4 a 1 do Flamengo sobre o Vasco permitiram aos rubro-negros curtirem intensamente desde o primeiro tempo artilheiro à etapa final de inteligência e prudência com foco nos próximos objetivos.
Ousadia vascaína abre buraco para Gerson e Pulgar reinarem
Pressionado pela presença na zona de rebaixamento, o Vasco iniciou o jogo com um ousado plano de exercer marcação alta contra um time superior tecnicamente. A estratégia de Barbieri parecia dar certo com o Flamengo acuado e sem a bola, mas foi efêmera e durou menos de 15 minutos. Com uma linha defensiva de cinco jogadores e a pressão no campo de defesa rubro-negro, os vascaínos ofereceram um buraco na zona central.
Aos 13, veio o primeiro gol. Pedro roubou bola, Arrascaeta sofreu falta, e o Vasco, entrincheirado em sua área com cinco homens, viu Pulgar aproveitar a vantagem, pegar a sobra completamente livre e acertar o ângulo de Léo Jardim. Golaço.
O segundo, aos 15, mostrou um Flamengo venenoso, capaz de atrair o Vasco para onde queria e novamente abrir espaços. Começou em lateral de Ayrton Lucas na esquerda, passou por Fabrício Bruno e chegou à direita. Matheus França e especialmente Wesley e Arrascaeta, que tabelaram, fizeram os vascaínos se amontoarem por ali.
Gerson deixou a intermediária em alta velocidade sem que Orellano observasse, estendeu a mão esquerda e pediu o cruzamento. Arrascaeta atendeu com perfeição, e o Coringa assinou obra construída em 23 segundos, com 21 passes e sete jogadores envolvidos.
Dois gols num intervalo de dois minutos. Dois gols em apenas duas finalizações. O Flamengo encontrava a contundência tão desejada e falada por Sampaoli.
O rival estava nas cordas. Mandante nesta segunda-feira, o Vasco via o Maracanã tornar-se ambiente hostil para si. Sua torcida chamava o time de sem vergonha, enquanto os rubro-negros se deliciavam com o domínio total do meio-campo. Os vascaínos tentavam reagir com ofensividade, mas o Flamengo contra-atacava com transições velozes sob batuta dos maestros Pulgar e Gerson, as duas melhores figuras do jogo.
No terceiro, já sobrando no meio-campo, 23 toques na bola em 28 segundos com direito a dois dribles de Matheus França e mudanças de direção. O gol dividido entre Ayrton Lucas e Pedro – na súmula, o 9 levou o crédito – foi a prova de solidariedade de um time que novamente teve paciência para o momento correto da estocada.
O quarto premia o bom posicionamento defensivo na bola parada, a genialidade de Gerson, que disputou bola e girou para lançar, e a alucinada “carreira”, como dizem os nordestinos, de Ayrton Lucas. O potiguar, um dos jogadores mais velozes do elenco, disparou, ganhou dividida, deixou quatro para trás, entre eles o goleiro Léo Jardim, e guardou.
Gol de quem saca o ambiente. De quem vê o rival entregue, desesperado, e que espeta exatamente no ponto fraco. Num momento em que o Vasco empilhava 11 na área rival, três rubro-negros foram suficientes para mais um belo gol: David Luiz, Gerson e Ayrton.
Segundo Tempo
Pensou que gastaríamos mais muitos parágrafos para falar do jogo? Enganou-se. O primeiro tempo saciou a fome de uma torcida que vê o Flamengo agora aliar uma invencibilidade de oito jogos à tão propalada contundência. No segundo, o time deu olé, viu Gerson tentar aplicar balão invertido, permitiu-se tocar de um lado para o outro e, inteligentemente, descansou nos 45 minutos finais de olho no importantíssimo jogo contra o Racing.
Contundente, o Rubro-Negro converteu quatro das sete finalizações do primeiro tempo (no segundo foram apenas três), aproveitou seus nada assustadores 59% de posse de bola e teve 88% de aproveitamento no passe, errando apenas 67 de 560. Foi extremamente preciso em todos os quesitos. Cada vez mais ciente do quanto pode atrair rivais para a sua armadilha de forma diferente, o Flamengo volta a olhar para o topo com passos firmes e não claudicante como em semanas atrás.