Bunker tinha 500 tabletes de cocaína avaliados em mais de R$ 100 milhões

Compartilhe

O buraco no subsolo onde a droga foi encontrada, em Ponta da Fruta, em Vila Velha, tinha cerca de 1,80 metro de profundidade e 1,50 metro de largura

No “bunker do pó” onde foram encontrados cerca de 550 quilos de cocaína pura em Ponta da Fruta, em Vila Velha, na manhã desta quinta-feira (17), havia 500 tabletes que valem mais de R$ 100 milhões, de acordo com a Polícia Civil.

O buraco no subsolo onde a droga foi encontrada tinha cerca de 1,80 metro de profundidade e 1,50 metro de largura.

De acordo com a polícia, o plano dos criminosos era concretar as paredes do bunker e esconder a cocaína, para posteriormente distribuir o material ilícito na Europa e em outras regiões.

Dentre os criminosos investigados pela polícia na operação está Bryan Lyrio Deolindo, que tem mais de 10 mandados de prisão em aberto e que pertence à lista dos 10 bandidos mais procurados no Espírito Santo.

Ele é um traficante com forte atuação nas regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo, sendo o intermediador e facilitador de acordos estabelecidos entre criminosos do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, segundo a polícia.

Outros investigados são Henrique Silva Lima, vulgo Neguinho Mascote, e Átila Gonçalves, vulgo Tarugo.

apreensão faz parte de um desdobramento da Operação Magnus Danus. A ação foi realizada pela Superintendência de Polícia Regional Norte, do Centro de Inteligência e Análise Telemática Norte, e teve apoio da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Aracruz e da Delegacia Especializada de Investigação Criminal de Aracruz.

De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, cada tablete de cocaína pura apreendido chega a valer R$ 40 mil.

“No mercado nacional, um tablete daquele ali chega a valer R$ 40 mil, e no exterior, 40 mil euros. Aí nós conseguimos ter a dimensão do valor desses 500 tabletes. Em valores de mercado, por exemplo na Europa, estamos falando de mais de R$ 100 milhões”, afirmou Damasceno.

A operação que culminou na apreensão histórica em uma residência de Vila Velha começou há cerca de quatro meses, em Mimoso do Sul, com uma apreensão de 100 kg de maconha.

O titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz, delegado André Jaretta, explicou como os traficantes agiam.

“Nós identificamos que Bryan Deolindo estava agindo no Norte e no Noroeste do Estado, causando vários homicídios. Após a apreensão de 100 kg de maconha em Mimoso do Sul, há quatro meses, identificamos que o recebedor dessa droga, que foi enviada por Bryan, seria o Henrique Silva Lima, vulgo Neguinho Mascote”, explicou.

O delegado continua: “Tivemos uma segunda oportunidade de prender o Henrique na região do extremo Sul do Estado, em uma zona rural, com o apoio dos policiais de Anchieta. Ele conseguiu fugir atropelando um policial militar, e tivemos até o apoio do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar do Espírito Santo (Notaer) para tentar encontrá-lo na mata, mas ele conseguiu escapar, e se avizinhou no Rio de Janeiro”.

O delegado disse ainda que, com o decorrer das investigações, foram verificados que Henrique Silva Lima utilizava dois endereços.

Após o trabalho do serviço de inteligência da polícia, os agentes cumpriram mandados de prisão na manhã desta quinta-feira (17) em um dos endereços, e encontraram o bunker em uma residência de Vila Velha.

“Eles estavam preparando uma espécie de bunker, um buraco no subsolo com cerca de 1,80m de profundidade, com as paredes de mais ou menos 1,5m de largura. Eles iriam concretar as paredes desse bunker para esconder essa droga e, por cima, colocar azulejos, para posteriormente distribuir essa droga para a Europa ou qualquer outra região que fosse de interesse da organização criminosa”, afirmou Jaretta.

O delegado disse ainda como os criminosos mantinham o local longe das suspeitas da vizinhança:

“Eles cobriram as janelas com lona para que os vizinhos não pudessem ver o que estava acontecendo lá. A areia que eles tinham retirado dali eles iam empilhando em sacos para não chamar a atenção da vizinhança”.

Ainda nessa operação, foi preso Átila Gonçalves Nunes, vulgo Tarugo, em Fundão, há cerca de 20 dias.

O homem era responsável por execuções, e pelos crimes violentos da região. De acordo com a polícia, ele executava os homicídios com requintes de crueldade e ocultava os corpos.


Compartilhe