Robotização nas empresas deve aumentar 66% este ano
Trabalho burocrático cada vez mais passará a ser feito por máquinas, permitindo que o profissional possa ser melhor utilizado
O mundo corporativo vem ganhando novas soluções para agregar valor à rotina dos profissionais que antes precisavam despender tempo e energia em serviços burocráticos e que exigiam uma operacionalização quase manual. Uma dessas ferramentas é o RPA – Robotic Process Automation. Trata-se de uma tecnologia que utiliza robôs de software para automatizar tarefas repetitivas e de baixo valor agregado que normalmente seriam realizadas por um colaborador qualificado. A procura desse tipo de solução pelas empresas deve aumentar 66% em 2023, segundo a 1.ª Pesquisa sobre Robotic Process Automation (RPA) na América Latina.
O empresário Josney Lara, diretor comercial da InfoWorker Tecnologia, explica que empresas de médio e grande portes estão investindo nesse tipo de solução graças à eficiência e às facilidades oferecidas. Segundo ele, em geral são empresas que precisam estabelecer rotinas em que é necessário, por exemplo, gerar relatórios com informações captadas em diversos locais. Vários colaboradores perdiam horas de trabalho para reunir os dados e cruzar informações, antes de apresentá-las. “O RPA é treinado para fazer isso de forma rápida e eficiente, enquanto o profissional pode ser utilizado para outra tarefa mais produtiva”, explica.
Josney afirma que na InfoWorker, que trabalha com soluções da Microsoft, a busca por esse tipo de ferramenta cresceu muito nos últimos anos principalmente entre as empresas de médio e grande portes. De acordo com a pesquisa feita na América Latina, o destaque ficou para setores como logística, varejo, e-commerce e indústrias, que já estão em um estágio mais avançado na estratégia e operação da tecnologia, com demandas por automações concentradas nas áreas financeira (37%) e de operações (41%).
RECURSOS HUMANOS
Além de eliminar o desperdício de tempo e a chance de erro humano, Josney destaca que um ponto importante envolve a valorização profissional, algo que hoje em dia vem sendo muito discutido dentro das empresas. “As tarefas executadas pelas máquinas precisariam ser feitas por um profissional qualificado. Porém, ao mesmo tempo, não são atribuições que trazem realização profissional ou mesmo reconhecimento, coisas muito valiosas no mercado de trabalho hoje. Ninguém mais quer sair de casa para apenas apertar botões, quer sair para dar sua contribuição para a humanidade”, ressalta.
Josney fala que esse é o grande diferencial que as novas soluções tecnológicas vêm imprimir no mundo do trabalho. “A tecnologia não deve ser vista como uma ameaça ao profissional, mas como uma aliada. As profissões estão se reinventando há décadas e, ao mesmo tempo que postos de trabalho estão acabando, vários outros estão surgindo, muito mais especializados e melhor remunerados”, analisa.