Após 10 horas de julgamento, “Maníaco da Tesoura” é condenado a 150 anos de prisão
O homem é apontado como autor de pelo menos seis assassinatos e uma tentativa de homicídio no Espírito Santo
Após 10 horas de julgamento, que se estendeu de 9h às 19h desta segunda-feira (18), Edmar Silva Rodrigues Júnior, de 50 anos, também conhecido como Maníaco da Tesoura, foi condenado a 150 de prisão.
O homem é acusado de cometer pelo menos seis assassinatos e uma tentativa de homicídio, em dezembro de 2010.
De acordo com a acusação, Edmar tinha como alvo prostitutas e usuárias de drogas. Os crimes foram cometidos na Serra e, na época de sua prisão, o réu confessou a autoria.
Segundo a advogada de defesa de Edmar, Jamilly Bonato, o réu foi considerado culpado pela maioria dos jurados em uma votação apertada.
Defesa vai recorrer da decisão
A advogada alega que detectou algumas inconsistências em relação à pena atribuída ao réu e adiantou que a defesa apresentou um recurso de apelação para que a condenação seja revista.
“Nós já apresentamos recurso de apelação, uma vez que a decisão foi totalmente contrária às provas dos autos, o laudo cadavérico, todos os laudos foram inconclusivos. A primeira vítima, que foi enterrada como mulher, o laudo cadavérico dizia que era um homem”, argumentou.
Segundo a advogada, isso se dá por conta de um possível erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena. A condenação foi analisada como excessiva por parte da equipe de defesa.
“A apelação foi apresentada hoje e temos o prazo para apresentar as razões para o recurso. Depois esperamos a intimação para de fato apresentá-lo”, explicou a advogada.
Além de Jamilly, a defesa contou com a participação de Igor Hortelan, Ojana Nogueira e Sthephany Dias. Hortelan também confirmou a apelação por parte da equipe jurídica.
“Após mais de 10h de plenário, Edvaldo foi condenado a uma pena de 150 anosA defesa, por não concordar com a decisão, apresentou recurso de Apelação por ter sido uma decisão manifestamente contrária as provas dos autos bem como ter sido a pena excessiva, vez se tratar de réu primário a época dos fatos.”
Como agia o “maníaco da tesoura”?
Edmar foi preso em dezembro de 2010. Na época, ele era agente penitenciário e, de acordo com a polícia, confessou ter cometido os crimes para combater o tráfico de drogas e a prostituição.
Em sua confissão, o acusado disse à Polícia Civil que, para executar as vítimas, usava faca, tesoura e camisas da Swat, boné e boina da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Ele contou que abordava as mulheres se passando por policial.
A polícia conseguiu chegar até o acusado por meio de um carro encontrado no bairro Jardim Limoeiro, na Serra. Moradores do bairro e uma das vítimas, que conseguiu sobreviver ao ataque de Edmar, ajudaram a identificar a placa do veículo.