VIVA OS ESTADUAIS!

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Estamos chegando ao final dos campeonatos estaduais em todo o Brasil. A competição ainda resiste graças ao amor e ódio que originaram a rivalidade das grandes equipes do mesmo estado. O torcedor ama um clube na mesma proporção que odeia o outro. É o limiar que, se vivo fosse, o psiquiatra Sigmund Freud teria dificuldades em explicar a razão dos sentimentos tão complexos no esporte.

O primeiro campeonato estadual reconhecido foi o Paulista, em 1902, com a participação de cinco equipes: Germânia (atual Pinheiros), Internacional, Mackenzie, Paulistano e São Paulo Athletic (SPAC). O São Paulo Athletic venceu o paulistano, com dois gols de Charles Miller, na final e se tornou o primeiro campeão paulista e também o primeiro campeão estadual brasileiro.

Os jogos que se tornaram tradição nos estados são chamados de clássicos, onde se destacam pelos nomes criados pela imprensa e incorporado pelos torcedores. Todos já ouvimos o Fla-Flu, Grenal, Re-Pa, Ba-Vi, Atletiba, Clássico dos Milhões, San-São, Clássico-Rei do Ceará, e muito mais. Aqui no ES tem o Clássico dos Gigantes entre o Rio Branco Atlético Clube e Desportiva Ferroviária. Infelizmente, estamos desde 2015 sem ver essas duas equipes disputando um título. O clássico tradicional e mais antigo no ES é o VI-Rio, com Rio Branco x Vitória.

O ABC de Natal é o clube brasileiro com o maior número de títulos estaduais conquistados, 57 vezes Campeão Potiguar.  Aqui, o Rio Branco com 37 títulos, seguido pela Desportiva com 18 e o Vitória com 10.  O técnico com mais conquistas de estaduais é Vanderlei Luxemburgo, campeão 13 vezes por nove equipes diferentes como treinador: Rio Branco – ES, Bragantino, Palmeiras (4), Corinthians, Cruzeiro, Santos (2), Atlético Mineiro, Flamengo e Sport; e três como jogador profissional pelo Flamengo.

O primeiro Clube campeão Estadual em 2023 é o Maranhão, após 10 anos, ganhou do Moto Clube, nos pênaltis. Os principais estaduais vão conhecer os seus campeões no próximo final de semana, no RJ, o tradicional Fla-Flu – o clássico mais charmoso do Brasil; em SP, uma decisão inédita entre Palmeiras x Água Santa; em MG o Atlético x América; no RS Grêmio x Caxias, o Internacional desde 2016 não participa de uma final; na BA o Bahia decide contra o Jacuipense; no CE teremos o Clássico-Rei Fortaleza x Ceará; em GO o Atlético vai em busca do Bicampeonato contra o Goiás; em AL será ASA x CRB; na PB, Souza x Treze; no PR com ausência do Curitiba, Atlético x Cascavel decidem e no TO, pelo quinto ano consecutivo, o Tocantinópolis tem uma decisão inédita conta o Capital.

Outros estaduais ainda estão na fase de definição, em andamento AC, PE, RR e RO. Na semifinal AM, DF, PI, MT, SC e SE. Nas quartas de final temos MS, RN, PA e também o ES, cuja definição aconteceu nesse domingo(26), com o Vitória, Porto Vitória, Real Noroeste e Nova Venécia, exatamente os quatro primeiros classificados na primeira fase do Capixabão. Único estadual que não começou foi do Amapá, previsto para 10 maio.

Continuo a defender uma Copa do Brasil somente com os campeões estaduais, mais cinco clubes definidos por uma eliminatória, totalizando trinta e dois clubes. Uma competição no mesmo modelo da Liga dos Campeões, com oito grupos com quatro equipes cada, turno e returno e as finais. A competição deveria ser disputada na sequência dos estaduais. Vendo os clubes que vão decidir os estaduais, podemos imaginar como seria mais interessante, rentável e atrativa a Copa do Brasil. Por enquanto…só na imaginação. E Viva os estaduais!


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