Vídeo viral sobre cura do Alzheimer acende alerta e médicos explicam
Circula nas redes sociais um vídeo de um médico que afirma que a cura do Alzheimer pode estar em um remédio
Em tempos de fake news, a área da saúde também enfrenta problemas com a desinformação, desencadeada, muitas vezes, por vídeos que circulam nas redes sociais. Entre os conteúdos, promessas inverídicas de cura por meio de tratamentos e medicamentos que sequer existem e acabam confundindo a população.
Entre eles, um vídeo que circula nas redes sociais afirma que a “cura do Alzheimer” pode estar em um remédio chamou a atenção de um médico neurologista capixaba que resolveu fazer um alerta: que o vídeo é falso e que não existe a cura para a doença. O Alzheimer é uma doença progressiva e irreversível.
Daniel Escobar usou a própria rede social para relatar, inclusive, que chegou a atender um paciente em seu consultório perguntando o que ele pensava a respeito do remédio em questão.
“Olha a maldade do ser humano, gente. Criaram uma inteligência artificial, com uma imagem fake, com uma voz fake, botando Lair Ribeiro falando que criou uma medicação que cura o Alzheimer, já aprovada. Já teve paciente me perguntando o que eu achava desse remédio, um verdadeiro absurdo. E o que é pior: eles fazem tráfego pago justamente para a população mais vulnerável, os idosos. Totalmente direcionado ao idoso esse tipo de propaganda, uma covardia, fiquem atentos”, diz.
Notícias com promessas falsas e informações que não são verdadeiras tornam-se ainda mais preocupantes diante de um cenário onde quase 2 milhões de idosos convivem com o problema no país, segundo estimativa de estudo brasileiro.
Outro ponto que tem preocupado especialistas é o sub diagnóstico: 8 em cada 10 pessoas desse grupo não sabem que têm a condição.
O que é o Alzheimer?
Ao contrário do que muitos acreditam, a demência não é uma doença específica, mas sim um conjunto de sintomas diretamente relacionados à perda de habilidades cognitivas como: memória, capacidade de realizar atividades diárias, raciocínio e linguagem.
Segundo especialistas, de modo geral, é causada por uma disfunção ou morte de células cerebrais. Mauricio Hoshino, médico neurologista, reforça que o Alzheimer não tem cura.
“Não, infelizmente o Alzheimer não tem cura. Mas já avançamos em tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas e retardar a progressão da doença, além de melhorar os sintomas temporariamente, mas ainda não há uma terapia que cure a condição. “, destaca.
Mauricio pontuou que buscar orientação médica e informações em fontes seguras é essencial.
Informações falsas sobre saúde, especialmente aquelas disseminadas por vídeos e mídias sociais, podem levam a ansiedade, desespero, e a até a tomadas de decisões prejudiciais. Sempre que estiver com alguma dúvida, procure um profissional de saúde qualificado antes de tomar qualquer decisão.
Conheça os sintomas
De modo geral, os sintomas do Alzheimer podem variar de um paciente para outro. Esses sinais costumam incluir:
– Perda de memória;
– Dificuldade de concentração;
– Confusão;
– Mudanças de humor;
– Dificuldade para executar tarefas rotineiras.
O fato é que tanto o diagnóstico rápido quanto o tratamento da demência são importantes para melhorar a qualidade de vida e a capacidade funcional das pessoas afetadas.
Atividade física e alimentação balanceada
Especialistas afirmam que não há, de fato, alimentos específicos que curem o Alzheimer, porém, algumas dicas simples podem ajudar a prevenir o problema.
Adotar uma rotina diária de exercícios físicos e se alimentar corretamente, incluindo refeições com peixes ricos em ômega 3, vegetais com folhas verdes, além de castanhas e ovos, são importantes aliados para a manutenção da saúde do cérebro.
Além disso, é fundamental deixar o cérebro ativo, por meio de leituras, palavras-cruzadas e jogos de memória, por exemplo, são consideradas estratégias eficientes.
“Não existem evidências científicas que comprovem que a alimentação possa curar o Alzheimer. No entanto, uma dieta equilibrada pode beneficiar a saúde cerebral e reduzir o risco de desenvolver demência. Além disso, a prática regular de atividades físicas é altamente recomendada, pois contribui para a saúde geral do cérebro e pode ajudar a retardar a progressão de doenças neurodegenerativas, explica o médico do Hospital Santa Catarina Paulista.
Ainda segundo o especialista, a alimentação saudável aliada aos exercícios físicos formam a base de um estilo de vida que pode proteger a saúde cognitiva.