Vacina contra bronquiolite que chegou ao Brasil custa cerca de R$ 1,8 mil
O imunizante ainda não está disponível no SUS. Estudos apontaram para uma eficácia de 70%, quando aplicada entre a 24° e 32° semana de gestação e 90%, entre as semanas 32 e 36
Recém-lançada, a vacina contra a bronquiolite chegou a na última semana de setembro ao Brasil. Com poucos lotes, por enquanto, só está disponível na rede privada de saúde e custa entre R$ 1.700 e R$ 1.800.
O imunizante é o único aprovado no país para proteger bebês e idosos contra o chamado vírus sincicial respiratório (VSR). O vírus é o principal responsável por infecções respiratórias graves, como, por exemplo, a bronquiolite.
A doença provoca uma inflamação na parte mais sensível dos brônquios e pode ser fatal, principalmente em pacientes idosos e bebês.
A proteção dos bebê acontece por meio da mãe, aplicada durante a gestação, entre a 24° e 36° semana. A dose é única. Antes de ser autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no último dia 01/04 deste ano, a Abrysvo, da empresa Pfizer, passou por uma pesquisa no Estados Unidos e levou mais de 5 anos.
Os estudos apontaram para uma eficácia de 70%, quando aplicada entre a 24° e a 32° semana, e de 90%, entre as semanas 32 e 36.
Segundo o infectologista Bil Bassetti, no momento a procura pela vacina é maior do que a oferta, porém, afirma que assim que a questão do abastecimento for resolvida, o cuto-benefício para o SUS deverá ser menor do que arcar com o tratamento da doença disponível no sistema atualmente.
Sobre a vacina
De acordo com o site da Anvisa, a indicação do Abrysvo é para prevenir “a doença do trato respiratório inferior e da doença grave do trato respiratório inferior em crianças desde o nascimento até os 6 meses de idade, por imunização ativa em gestantes”.
Portanto, a vacina não é aplicada diretamente nos bebês. O uso também foi autorizado para prevenir a bronquiolite em pessoas com 60 anos de idade ou mais.
Bivalente, é composta por dois antígenos da proteína de superfície F do VSR. A administração é intramuscular e em uma dose apenas.
Entre o efeitos colaterais observados, os mais comuns foram:
– Dor no local da vacinação;
– Dor de cabeça;
– Dor muscular.
“Ainda assim, a totalidade das evidências apresentadas à Anvisa foi capaz de demonstrar que os benefícios da vacina são superiores aos seus riscos. Foi também comprovada sua eficácia, segurança e qualidade nos termos da Resolução RDC n° 55/2010, que trata do registro de produtos biológicos”, descreveu o órgão sanitário.
Uma outra vacina também já havia sido autorizada no Brasil, no caso, a Arexvy (GlaxoSmith Kline). Assim como a Abrysvo, com o objetivo de prevenir doenças causadas pelo VSR. Porém, a indicação da Arexvy é “restrita à população com idade superior a 60 anos”.