Traficante que se entregou à polícia após pedido do filho também responde a processo por envolvimento em assassinato

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Investigações apontaram que Marcela Ferreguete teria atuado como intermediária do assassinato, que contou ainda com a participação de outras seis pessoas, todas envolvidas com o tráfico de drogas.

Marcela Ferreguete, de 23 anos, uma das mulheres mais procuradas do Espírito Santo, que se entregou à polícia após um pedido do filho de apenas seis anos, também responde a um processo por envolvimento em um homicídio no ano de 2022, além de três processos relacionados ao tráfico de drogas e organização criminosa.

Informações confirmadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES).

“O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Santa Teresa, informa que já ajuizou denúncias em face de Marcela Ferreguete com pedidos de prisão, pelos crimes de tráfico de drogas e homicídio, praticados no município”, informou o MP-ES.

Na denúncia, consta que a vítima do homicídio é David Lucas Ferreira, morto a tiros em 13 de junho de 2022, no bairro Vila Nova, em Santa Teresa.

As investigações apontaram que Marcela teria atuado como intermediária do assassinato, que contou ainda com a participação de outras seis pessoas, todas envolvidas com o tráfico de drogas.

Entre os outros denunciados está um homem que na época do crime era ex-companheiro de Marcela. Entretanto, não há detalhes sobre a forma como a jovem teria atuado no assassinato e qual a sua relação com a vítima.

Suspeita já ficou em prisão domiciliar

O Ministério Público informou que durante a tramitação dos processos envolvendo Marcela, sua prisão preventiva foi decretada nos autos da ação penal por tráfico e homicídio no caso que envolve outros denunciados.

Segundo o MP-ES, ela obteve o benefício da prisão domiciliar, porém voltou a praticar crimes.

Uma delas, Katieli Kaser Niero, representa Marcela em um processo relacionado ao crime de tráfico de drogas. Segundo ela, no caso em questão, Marcela responde pelo crime em liberdade e não teve a prisão decretada.

“O MPES informa também que acompanha o caso mais recente referente à denunciada e aguarda os autos que serão encaminhados pela polícia, para a adoção das medidas cabíveis e previstas em lei”, informou o MP-ES.

Traficante estava foragida há um ano

Suspeita de chefiar o tráfico de drogas na região de Vila Nova, em Santa Teresa, na Região Serrana do estado, Marcela Ferreguete estava foragida havia um ano e vivia no bairro Alto Lage, em Cariacica, na Grande Vitória.

Ela se entregou a polícia no último domingo (6) após um pedido do filho de seis anos. Além dele, Marcela tem outros três filhos, sendo o mais novo com nove meses de idade.

Em entrevista ela disse que “caiu na real” e decidiu se entregar à polícia

“Eu vivia em um mundo de ilusão e estava cansada de fugir. Me sentia um lixo”, disse a mulher, que tinha passagens por tráfico e associação ao tráfico.

 

Marcela Ferreguete — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Marcela ainda afirmou que vivia em um mundo de ilusões cheio de armas, drogas, curtição e dinheiro. Para a suspeita de tráfico de drogas, apesar de ter tudo isso, as consequências não valem a pena.

“Vou começar tudo do zero depois que sair de lá. Vou cuidar dos meus filhos”, disse.

Após se entregar, Marcela foi levada para o Centro Prisional Feminino de Cariacica, na Grande Vitória.

Em junho deste ano, a reportagem mostrou que Marcela já integrava a lista de mulheres mais perigosas do Espírito Santo junto com outras quatro mulheres com idade entre 23 e 53 anos. Na lista, onde constam traficantes e homicidas, Marcela aparece com o cabelo mais curto.

Marcela Ferreguete — Foto: Reprodução/TV Gazeta

A lista de procurados é atualizada com frequência e os dados de foragidos são inseridos mediante solicitação dos delegados responsáveis por cada caso.

Passagens anteriores

De acordo com a Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus), Marcela já havia sido presa anteriormente. A mulher entrou e saiu do sistema prisional em abril de 2018 pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico de drogas. Em 2021, ela deu entrada novamente no sistema prisional e, em janeiro de 2022, passou a cumprir prisão domiciliar.


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