Suspeito de cometer 4 estupros na Serra é preso com ajuda de DNA
Segundo a Polícia Civil, os crimes, que foram cometidos em 2017, foram resolvidos com a ajuda do Banco Estadual de Perfils Genéticos
Um homem suspeito de cometer quatro crimes de estupro, ocorridos no município da Serra no ano de 2017, foi preso pela Polícia Civil. A prisão foi realizada após a análise de material genético coletado no Estado do Espírito Santo. O investigado é Josué André Bragança Nascimento, de 39 anos.
Segundo a Polícia Civil, Josué foi preso preventivamente na quinta-feira (04), no município de Guarapari. A ação aconteceu depois que a Polícia Científica comparou o DNA com o material genético do estuprador encontrado nas quatro vítimas.
Os crimes ocorreram entre maio e setembro de 2017, contra quatro mulheres, nos bairros Feu Rosa, Cidade Continental, Serra Dourada I e Vila Nova de Colares, no município da Serra.
Após os estupros, as vítimas compareceram ao Departamento Médico Legal (DML), foram examinadas e os vestígios coletados. Os materiais foram encaminhados ao laboratório de DNA e ficaram aguardando o momento do apontamento de um suspeito.
“No ano de 2019, durante o projeto de coleta de material biológico dos condenados em cumprimento a Lei de Execução Penal, coletamos material desse indivíduo e ele foi inserido no banco”, explicou o chefe do Laboratório de DNA Forense da PCIES, perito criminal Caio Nucci Araújo.
A coleta do material é feita em cumprimento a Lei de Execução Penal, que prevê os crimes praticados contra grave violência à pessoa e os hediondos, os criminosos terão o material biológico coletado.
Ao longo dos anos, foram coletados materiais genéticos de 8 mil presos no Estado do Espírito Santo. E agora os materiais são processados. “O dos crimes de ano de 2017 foi um deles, o banco ao confrontar o material dos suspeitos e dos crimes indicou a coincidência”.
Com a conclusão do caso, o objetivo do banco de materiais genéticos, é dar continuidade aos casos que ocorrem no Espírito Santo. “Com o banco mais alimentado, a probabilidade de encontrar casos é maior”.
A chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, delegada Cláudia Dematté, explicou que, os crimes são complexos e não possuem investigação fácil. “Eram ações que, até o momento, todas as diligências possíveis já haviam sido realizadas”.
Com a prova técnica, enviada pelo laboratório de DNA, foi iniciada uma força-tarefa e levantamentos para ser possível realizar a localização e prisão do estuprador.
“No dia 04 realizamos uma operação para ser possível realizar a prisão. Realizamos a prisão desse autor, é mais um estuprador preso. O estupro é um dos piores crimes que pode ocorrer com a mulher e pedimos para que as vítimas não se calem”, destacou a delegada.
Modos operandi aponta um estuprador em série
A titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Serra, delegada Ana Karolina Marques, destaca que, por meio do modo como o criminoso agia e o tempo dos crimes, ele pode ser considerado um estuprador em série.
“O modus operandi dos crimes é parecido, não há arrombamento. Todas as entradas eram por alguma porta ou janela, subtrai algum objeto, realiza o estupro e vai embora. Não há uma agressão física”, destaca a delegada Ana Karolina Marques.
Entretanto, mesmo com a ação padrão dos crimes, até o momento, segundo a delegada, não era possível a afirmação que as ações estivessem relacionadas.
“Segundo os relatos das vítimas, todas as entradas nas residências foi durante a madrugada. Ele usava uma lanterna apontada para baixo dificultando a identificação da cor da pele e até mesmo das feições do rosto. Com isso, é dificil conectar esses casos em uma gama de estupros, infelizmente”, disse a delegada Ana Karolina.
A defesa de Josué André Bragança Nascimento não foi localizada até o momento. A Justiça Estadual autorizou a divulgação da imagem dele para que outras possíveis vítimas procurem a polícia.
Informações podem ser compartilhadas de forma sigilosa por meio do Disque-Denúncia (181), que é uma linha de contato gratuita, disponível em todos os municípios do Estado. Elas podem ser cruciais para o avanço das investigações.