Sobrinho que ligou para polícia e confessou ter matado a tia com cloro é liberado
Suspeito, segundo a polícia, foi liberado por não haver elementos suficientes para prisão em flagrante. Caso segue sob investigação da `Polícia Cívil
O jovem de 22 anos que confessou ter matado a tia, uma idosa de 62 anos, durante uma discussão familiar no fim de semana, foi ouvido pela polícia e liberado. O delegado não encontrou elementos suficientes para realizar a prisão em flagrante, segundo informou a Polícia Civil.
O caso aconteceu no sábado (04), na Serra. De acordo com a Polícia Militar, o suspeito ligou para o Ciodes. Ele contou aos policiais que estava com a tia em casa quando entrou em “estado de agitação”.
O rapaz disse que começou a discutir com a idosa e a empurrou. Ela, então, bateu a cabeça na quina da pia. Ainda segundo o relato do jovem, ao ver a tia desacordada, ele jogou cloro nos ouvidos dela até que ela perdesse os sinais vitais.
O jovem foi levado para a delegacia, prestou depoimento e foi liberado. De acordo com a Polícia Civil, o delegado entendeu que não havia elementos suficientes para a prisão em flagrante, porque houve apresentação espontânea, não teve perseguição e a polícia não tinha conhecimento do ocorrido.
O advogado criminalista Rivelino Amaral explicou o que leva as autoridades policiais, em casos semelhantes, a liberarem os suspeitos.
“Não existe prazo para a pessoa ser presa em flagrante. A lei diz que esse tipo de prisão pode ocorrer se a pessoa for surpreendida cometendo o crime, se ela for perseguida após cometer o crime ou se for encontrada com possível objeto usado no crime“, disse.
Segundo o especialista, o fato de um suspeito confessar espontaneamente um crime não retira a possibilidade de prisão.
“O direito é interpretação. A Constituição diz que as pessoas têm o direito de responder o processo em liberdade. Não dá para dizer que o delegado errou ou acertou. É interpretação. Ele recebe as ocorrências e faz as determinações. O que não impede que, agora, seja decretada a prisão preventiva, que serve para evitar que o suspeito fuja, intimide testemunhas ou suma com provas“, pontuou.
O advogado destaca ainda que, apesar do suspeito ter sido solto após prestar depoimento, as circunstâncias da morte da idosa serão investigadas.
À reportagem, a Polícia Civil informou que o caso será investigado pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).
Quem era mulher morta com cloro no ouvido?
A mulher de 62 anos era professora. Vizinhos contaram à reportagem da TV Vitória/Record que ela iria se aposentar no fim de maio e cuidava do sobrinho há anos, mas as brigas eram constantes.
O corpo da vítima foi encaminhado para o Departamento Médico Legal de Vitória, onde passou pelo processo de necropsia e, posteriormente, foi liberado para os familiares. A vítima foi velada no domingo (5), em Carapina, na Serra.