Sêxtuplos idênticos? Médico fala sobre possibilidade de crianças serem iguais e hospital já prepara força-tarefa para parto

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Thiago Martinelli, obstetra de Quezia, a mãe de sêxtuplos de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, disse que os bebês estão em placentas diferentes. Hospital que vai realizar parto já preparou uma operação especial.

Quando uma mãe está esperando gêmeos, sempre surge a dúvida se eles serão idênticos ou não. Imagina, então, quando a gravidez é de sêxtuplos! Será que vão nascer todos iguais? A reportagem conversou com o médico obstetra Thiago Martinelli, que está acompanhando a gestação dos sêxtuplos de Colatina, e que explicou também sobre a possibilidade de as crianças serem parecidas (ou não).

Segundo Martinelli, os bebês estão em placentas diferentes e ainda é difícil saber se eles têm o mesmo material genético e se podem vir a ser idênticos.

De acordo com o médico, para saber se os gêmeos vão ser idênticos, os profissionais analisam se os bebês possuem alguma coisa em comum, como a placenta.

“Univitelinos é quando os bebês estão com alguma coisa juntos, e aí eles têm o mesmo material genético. Mas quando eles estão separados, que é o caso da Quezia, eles são de materiais diferentes. Tem 90% de chance de serem diferentes, mas 10% de chance deles serem idênticos. Talvez 4 ou 2 podem ser do mesmo material”, explicou o obstetra.

O médico também explicou que esse tipo de identificação é mais fácil de fazer quando são apenas dois bebês, ou três. Mas como são seis, fica mais difícil afirmar com mais certeza sobre como serão as crianças.

“Como são 6, a gente fica meio perdido. No caso dela, é difícil falar de porcentagem. Para saber se todos têm o mesmo material genético, só depois que eles nascem, com o tempo, desenvolvendo e fazendo testes, como, por exemplo, o tipo sanguíneo. Aí vai dar para saber”, disse Thiago.

A dona de casa Quezia Romualdo, de 29 anos, e o marido Magdiel Costa, de 31, descobriram em um chá revelação, realizado no último sábado (22), que estão esperando duas meninas e quatro meninos, que terão os nomes de Théo, Matteo, Lucca, Henry, Maytê e Eloá.

O obstetra disse também que pela posição em que as duas meninas estão, próximas uma da outra, pode ser que elas sejam do mesmo material. Portanto, a chance delas serem idênticas é um pouco maior.

De olho no crescimento

Para o médico, o mais importante é acompanhar o desenvolvimentos dos bebês e ver como eles estão crescendo e se alimentando. O fato de os sêxtuplos estarem em placentas separadas ajuda no crescimento.

Esse é um dos motivos que faz com que Quezia esteja fazendo consultas semanais para ver como estão os bebês.

“A gente precisa avaliar de perto, por isso fazemos ultrassom semanal. Como o caso dela, que os bebês não estão na mesma placenta, se algum deles estiver mais fraquinho, vamos ter que avaliar cada possibilidade. Tem soluções específicas que podem ser feitas para cada caso, mas eles estão crescendo direitinho”, informou o médico.

 

Hospital prepara operação especial para parto de sêxtuplos

Desde o início, quando ficou sabendo que estava grávida de seis, Quezia sabia que estava tendo uma gestação especial. Então, a hora do parto também precisaria de uma operação delicada multiplicada por seis.

A mãe já está no quarto mês e todo o suporte médico já está sendo planejado para o dia do nascimento dos bebês.

Quezia, o marido Magdiel e a filha pequena Heloísa — Foto: Reprodução/ Acervo pessoal

Os sêxtuplos devem nascer prematuros, mas Thiago Martinelli diz que é difícil precisar uma data.

“O caso dela tem muita chance de não ser uma coisa planejada, tem que ficar muito atento. A prematuridade é certa, mas a data de quando vai nascer é a dúvida maior”, explicou o médico.

Por enquanto, os médicos trabalham com a possível data de nascimento entre o final de agosto e o mês de setembro. A diretora técnica do hospital onde os bebês devem nascer, Júlia Mattedi, explicou um pouco sobre os preparativos.

“A gente vai precisar de todo o suporte que a medicina oferece. É tudo multiplicado por seis. No dia serão seis pediatras, por exemplo, um para cada criança. Também já estamos comprando ventiladores mecânicos e incubadoras com umidificador. É como se a gente fosse montar uma segunda Utin dentro do hospital. O mais importante é a gente dar todo o suporte para essas crianças”, comentou Júlia.

A partir da 20ª semana de gestação, se houver necessidade, Quezia será internada para garantir repouso e um acompanhamento médico diário.

O hospital conta rotineiramente com quatro pediatras. Com o nascimento dos sêxtuplos, será necessário um número maior de profissionais disponíveis, por isso uma lista com médicos já foi criada: eles ficarão de sobreaviso e serão acionados assim que iniciar o parto.

“A gente tem uma equipe bem grande de pediatras, que inclui também alguns professores do hospital escola da faculdade aqui de Colatina. Já existe até uma disputa para colocar o nome na lista de sobreaviso. Todo mundo quer participar desse momento. Tem até gente de fora pedindo para vir assistir o parto”, contou a diretora técnica do hospital.

Além dos seis pediatras, pode ser necessário contar com o apoio de médicos de outras especialidades. Por isso, a lista de profissionais de sobreaviso também inclui oftalmologista, cardiologista pediátrico, neuropediatra e até cirurgião pediátrico.

Após o nascimento, os seis bebês devem permanecer na Utin por alguns meses, até ganharem peso suficiente para ir para casa.

“Vamos imaginar que eles nasçam com 1kg cada um, é esperado que eles fiquem de dois a três meses só para ganhar peso. A média de ganho de peso é de 15 gramas ao dia, é bem devagarinho. Nesse período, a mãe poderá retirar o leite com a bombinha para as crianças serem amamentadas, ou contar com uma dieta própria para os prematuros caso ela tenha dificuldade nesse processo”, disse Júlia.


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