Sesp lança painel com dados de crimes de violência contra a mulher
O sistema reúne dados sobre homicídios, feminicídios, estupros, ameaça, violência doméstica e outros tipos de agressões contra mulheres
A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) lançou nesta segunda-feira (15) o Painel de Monitoramento da Violência Contra a Mulher no Espírito Santo.
O sistema reúne dados sobre homicídios, feminicídios, estupros, ameaça, violência doméstica e outros tipos de agressões contra mulheres. De acordo com o painel, somente em 2024, 11 mil mulheres foram vítimas de violência no Estado.
Os números de homicídios e feminicídios serão atualizados diariamente, já os outros crimes contarão com atualizações mensais. Assim a Sesp poderá monitorar os dados de violência contra a mulher e pensar em formas de coibir estes crimes.
Acesse o painel aqui.
De acordo com o secretário de Segurança, Eugênio Ricas, a ferramenta ajuda a trazer transparência a um problema bastante característico da sociedade capixaba.
“É uma ferramenta que traz luz a um problema sério, um problema muito particular do Espírito Santo, que é a violência contra a mulher. Qualquer pessoa que acesse essa ferramenta, qualquer homem que veja os dados disponíveis a partir de agora e não se envergonhe, tem algum problema”, disse.
Ainda segundo Ricas, o painel servirá como mais um auxílio no combate à violência doméstica no Estado, uma vez que o Espírito Santo já conta com outras formas de enfrentamento a este tipo de crime.
Alguns exemplos são as Salas Marias e o programa “Homem Que é Homem”, que trata sobre o problema diretamente com os homens.
“Temos a Patrulha Maria da Penha, temos o programa Homem que É Homem, que traz um resultado fantástico. Nós temos as Salas Marias, que também têm sido uma política importante de atenção à mulher”, afirma.
Causas e características
A advogada e pesquisadora Layla dos Santos afirma que combater os crimes de violência contra a mulher não passa apenas pela punição, mas por enfrentar as causas desses problemas.
Segundo ela, isso passa por políticas públicas de enfrentamento, embasadas em pesquisas e estudos. Neste ponto, o painel pode ser um grande aliado no combate aos crimes.
“Não adianta você combater esse tipo de violência e não entender como ela decorre, de onde ela decorre. Quando temos esses dados, podemos trazer pesquisas, estudos e propor políticas públicas enfatizadas a partir destes números e tipos de violência”, disse.
A delegada Michelle Meira alertou que a violência doméstica não começa com agressões físicas, mas que aumenta gradativamente de humilhações e xingamentos e pode acabar se tornando um feminicídio.
“Ela começa principalmente no desrespeito, que é uma violência moral, vai progredindo para uma violência psicológica, podendo chegar até a um feminicídio. É importante que as mulheres que estejam vivendo esse ciclo de violência busquem apoio”, alerta.