Quadrilha do golpe do consórcio imobiliário deu prejuízo de R$ 450 mil

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Grupo operava em sala comercial na Enseada do Suá. Líder foi preso com armas e munições

Polícia Civil prendeu o líder de uma quadrilha suspeita de aplicar o golpe do consórcio imobiliário com falsas promessas de contemplação.

A quadrilha atuava a partir de uma sala corporativa na Enseada do Suá, bairro nobre de Vitória, onde atraía vítimas com anúncios online de imóveis. O prejuízo apurado até o momento ultrapassa R$ 450 mil.

Golpe do consórcio imobiliário: anúncios digitais

De acordo com o delegado Diego Bermond, titular do 3º Distrito Policial de Vitória e responsável pela investigação, os suspeitos criavam anúncios em plataformas digitais e se apresentavam como correspondentes da Caixa Econômica Federal.

Com essa falsa credibilidade, marcavam encontros com as vítimas no escritório de fachada e ofereciam propostas de consórcio com promessas de contemplação imediata.

Esses golpistas se valiam de elementos que conferiam legitimidade ao esquema. Usavam terno, gravata, panfletos da Caixa e até uma maquininha adesivada com o logotipo do banco. O local também impressionava: uma sala comercial com aluguel de R$ 4 mil por mês, detalhou o delegado.

A vítima mais recente perdeu R$ 60 mil após acreditar que estava fechando negócio para adquirir um imóvel. O pagamento era feito em parcelas via transferência para empresas ligadas aos golpistas. Após o repasse, os criminosos simplesmente desapareciam.

O líder do grupo, Antony de Oliveira Braz Amorim, de 28 anos, foi preso durante a deflagração da Operação Consórcio Falido. Também foram indiciados os comparsas Géssica Bermudes Sopeletto, 28 anos (esposa de Antony), Hudson Batista de Souza Graúna, 39, e Wender Vitor Pereira Gonzaga, 24.

Justiça determina prisão preventiva de líder do grupo

A Justiça determinou a prisão preventiva de Antony, o bloqueio das contas bancárias dos envolvidos e o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão.

Durante as diligências, a Polícia Civil apreendeu uma pistola Glock 9mm, oito carregadores, 314 munições, além de relógios, celulares, documentos e armas de airsoft. A pistola estava registrada no nome da esposa de Antony, mas os demais itens não tinham comprovação de origem.

“Esses carregadores e munições são de uso restrito. Ele não apresentou nota fiscal e nem justificativa”, disse o delegado.

Indiciados por estelionato e associação criminosa

Os suspeitos foram indiciados por estelionato, associação criminosa e posse ilegal de acessório de arma de fogo de uso restrito.

Antony responde por pelo menos três golpes confirmados, mas há investigações em andamento no Espírito Santo e em São Paulo que podem elevar o número de vítimas.

Antony é o único que continua preso, os demais participantes da organização criminosa vão responder o processo em liberdade.

A Polícia Civil acredita que existam outras pessoas lesadas e pede que eventuais vítimas procurem o 3º Distrito Policial de Vitória.

“Muita gente ainda não sabe que foi enganada. É importante divulgar as fotos desses criminosos para que mais pessoas venham à frente”, reforçou o delegado.


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