Programa de Tabagismo registra alto índice de abandono do cigarro em Vila Velha

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Quarta-feira (31) é o Dia Mundial sem Tabaco, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são cerca de 160 mil por ano no Brasil e mais de oito milhões no mundo.

Em Vila Velha, munícipes encontram no Programa de Tabagismo o apoio para parar de fumar e é alto o índice de abandono do cigarro: cerca de 85% dos participantes largam completamente o vício e 15% conseguem diminuir pela metade o consumo diário.

Os grupos de apoio, iniciativa do Programa de Tabagismo promovido pela Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha, dentro do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), acontecem em 15 Unidades de Saúde da cidade, com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

Gislaine Augusto da Conceição, de 32 anos, começou a fumar aos 11 anos. Seu pai, também fumante, faleceu com doenças agravadas pelo fumo e a mãe sofre as consequências do vício até hoje. Com esses casos negativos dentro da própria família, o pedido dos filhos para que abandonasse o cigarro e o exemplo de um tio que frequentou um grupo de apoio, decidiu procurar ajuda na US de Paul.

Ela comemora estar há dois anos totalmente livre do cigarro e garante que agora tem um novo estilo de vida, bem mais saudável, já que, quando fumava, ficava cansada com facilidade, tinha dificuldade para dormir e que percebe mudança até no próprio paladar e olfato: “Eu não lembrava mais como era viver sem o cigarro”, confessa.

Atualmente, Gislaine incentiva as pessoas a seguirem o seu exemplo e procurar apoio: “Não é um processo fácil, requer muita força de vontade. Situações do cotidiano podem ser gatilhos para a volta ao vício, mas é necessário se controlar”.

Fumante há mais de 40 anos

Morador do bairro Sagrada Família, Edson da Silva, de 60 anos, integra o Programa de Tabagismo há um mês. Fumante há mais de 40 anos, diz que consumia cerca de 40 cigarros por dia e esse número caiu para, no máximo 10, por dia.

Ele explica que há muito tempo tinha vontade de largar o vício, mas que não conseguia. Sabendo do seu desejo, uma vizinha que trabalha na Unidade de Saúde informou sobre o grupo e ele foi em busca de apoio. Para diminuir o consumo, ele adota algumas estratégias, como não levar consigo cigarros durante o dia. “Quando vou andar de bicicleta, por exemplo, deixo o maço em casa. Meu objetivo é parar completamente”, declara.

Sobre o Programa de Tabagismo

Quem tiver interesse em participar do Programa deve buscar uma das Unidades de Saúde e se cadastrar. É feita uma entrevista onde a equipe faz a anamnese do munícipe, para saber se ele tem comorbidades, alergias e, a partir daí, é definido como será o seu tratamento: uso de adesivos, medicamento ou goma mastigável, que são entregues pela própria Unidade de Saúde.

Além disso, os inscritos participam de reuniões semanais, onde são abordados temas diversos, como os prejuízos causados pelo cigarro à saúde. Também recebem orientações sobre como o organismo reage aos primeiros dias sem cigarro, aprendem exercícios de relaxamento, entendem porque há ganho ou perda de peso ao parar de fumar e também como se manter longe do cigarro.

Onde encontrar apoio

Em Vila Velha, os munícipes podem se inscrever para participar do Programa de Tabagismo nas seguintes Unidades de Saúde: Jaburuna, Coqueiral de Itaparica, Araçás, Ibes, Divino Espírito Santo, Jardim Colorado, Vila Garrido, Dom João Batista, Ataíde, Paul, São Torquato, Barramares, Ulisses Guimarães, Barra do Jucu e Ponta da Fruta.

 


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