Papel da política em pauta no projeto Escolas na Ales

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Escola Álvaro Castro de Mattos é a primeira a participar, em 2024, do projeto da Escola do Legislativo que leva cidadania e educação política para estudantes.

 

Estudantes do 7º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Álvaro Castro de Mattos, de Jardim da Penha, Vitória, foram os primeiros a participar do projeto Escolas na Ales neste ano. Desenvolvido pela Escola do Legislativo, o programa traz alunos de escolas públicas e privadas para conhecerem um pouco do ambiente da Assembleia Legislativa (Ales).

O diretor da Escola do Legislativo, Sergio Majeski, ministrou uma palestra para os estudantes. Ele falou que vivemos uma época de descrença das pessoas em relação aos políticos e às instituições e parte desse sentimento vem do desconhecimento da sociedade em relação a esses assuntos, por isso avalia ser fundamental tratar do tema com os jovens.

“Se uma criança desde jovem vai aprendendo o que é a importância da política e das instituições, a capacidade que esses jovens terão de contribuir como cidadãos ou como futuros políticos no sentido de melhorar a vida do município, do país e da política como um todo é enorme”, disse.

Para Majeski, também é preciso utilizar uma linguagem mais acessível para tratar de política com alunos tão jovens. “Você não pode usar a mesma linguagem que usaria com os universitários. (…) Tem que adequar para a idade deles, com exemplos da vivência e do cotidiano deles, de tal forma que eles se interessem pelo que você está falando e, principalmente, compreendam o que você está falando”, ressaltou.

Marina Zucateli, de 12 anos, foi uma das alunas que esteve nessa visita. Ela disse achar interessante conhecer como funciona o Legislativo estadual. “Muitos não têm a oportunidade de conhecer. As escolas que vêm aqui são privilegiadas. A gente se sente parte da instituição”, ressaltou.

De acordo com a jovem, compreendendo melhor a política as pessoas podem reavaliar as próprias opiniões. “A gente olha para a política e fala que todos são corruptos, mas aprimorando nosso conhecimento a gente consegue ter uma opinião mais profunda sobre o assunto”, comentou.

Segundo o professor de Geografia Lys Paulo, é fundamental tirar os estudantes dos muros da escola para fornecer uma vivência mais cidadã para eles. “É sair do livro didático, de uma dinâmica em sala de aula para uma vivência na Casa de Leis, tendo contato com um deputado e acessando ambientes de votação. Eles só têm obrigação legítima (de votar) aos 18 anos, mas não vão chegar nessa idade com isso sendo uma novidade, mas tendo ideia de qual é o seu papel ativo de cidadão”, frisou.

Ele ainda salientou que é necessário fazer os jovens entenderem que a formulação de leis, tanto municipais quanto estaduais, tem influência direta no cotidiano deles. “A sociedade dessa faixa etária é imediatista, das mídias sociais, é desafiador, mas compensador quando você vê eles interagindo com as pessoas que estão explicando e dando respostas que eles não encontram nos livros didáticos”, concluiu.

Escolas na Ales

A ideia do projeto é ofertar à comunidade estudantil acesso ao trabalho desenvolvido pela Assembleia Legislativa e pelos deputados estaduais. Durante a visita, monitorada por estudantes de História, os alunos têm a oportunidade de conhecer melhor as ações legislativas, bem como as várias maneiras de estar em contato com a instituição e com seus representantes, conhecendo mais de perto as vivências parlamentares.

Escolas da Ales comemora 20 anos de cidadania.

Após conhecerem vários setores da Casa e suas funções, os alunos são convidados a uma prática legislativa, para criar, debater e simular a votação de um projeto de lei, estimulando, dessa forma, a prática da cidadania. Na próxima quinta-feira (14), as escolas Mundo Livre, de Serra, e a Emef de tempo integral Professora Eunice Pereira Silveira, de Vitória, estão agendadas para participar do projeto.


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