O que você conhece sobre a doação de órgãos?
Saiba um pouco mais sobre esse tema tão importante
O transplante de órgãos é uma prática médica de alta complexidade realizada há décadas, desde o primeiro transplante de rim em 1954. O Brasil é atualmente o 2º maior transplantador de órgãos do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, e tem o maior programa público de doação de órgãos, tecidos e células do mundo. Em 2022, foram realizados 8.146 transplantes pelo SUS. Porém, todo ano a demanda por órgãos para transplante cresce, e junto dela crescem as filas de espera de pacientes. Segundo o Ministério da Saúde, hoje cerca de 39.000 pessoas esperam por um órgão no país. E para conseguir esses órgãos e salvar essas vidas, é preciso que alguém tome a decisão de doá-los. Mas como funciona esse processo? Quem pode doar órgãos? E por que ainda existe tanto medo em relação a essa prática que pode salvar vidas?
Primeiramente, é preciso entender como o processo da doação de órgãos acontece. No Brasil, tanto pessoas vivas quanto falecidos podem doar órgãos. Pessoas maiores de idade e capazes juridicamente podem ser doadores vivos. Esses tem uma lista curta em comparação aos doadores falecidos: podem doar um dos rins, parte do fígado e parte da medula óssea. Já para o falecido, é preciso primeiro que o indivíduo tenha morte encefálica comprovada, ou seja, se constata que o cérebro não apresenta mais atividade e a pessoa se encontra em um estado incompatível com a vida, irreversível e definitivo. Depois disso, é preciso obter autorização da família do falecido, mesmo que essa pessoa em vida tenha demonstrado vontade de doar seus órgãos após sua morte. Com a aprovação da família, podem ser obtidos órgãos como rins, coração, pulmões, pâncreas, intestinos, e tecidos, como córneas, tendões, músculos, pele, ossos, veias e artérias.
Pode se perceber, então, que uma única pessoa pode salvar a vida de muitas outras, mesmo depois de falecer. Mas resta a dúvida: por que existe tanto medo em volta da doação de órgãos? Ainda existe grande polêmica e desconhecimento sobre a doação no Brasil e no restante do mundo. Um estudo conduzido pela Universidade Federal de São Paulo apontou que incompreensão da morte encefálica, a falta de preparo da equipe em comunicar a morte e crenças religiosas como os principais fatores para a recusa da família. Para que isso mude, é fundamental que se discuta sobre a importância da doação de modo a conscientizar a população. Para isso, foi instituído pela Lei nº 11.584/2007 o dia 27 de setembro como Dia Nacional da Doação de Órgãos, como forma de promover essa discussão e trazer maior atenção a esse assunto. Mas, a discussão sobre o tema deve ser contínua.
Mesmo com o crescente desenvolvimento na tecnologia de transplantes, a doação de órgãos ainda é uma prática ainda desconhecida e incompreendida por muitos. Assim, é fundamental conscientizar a população para trazer maior conhecimento e atenção aos benefícios gerados por essa ação para a saúde pública. Por isso, comunique sua família sobre seu desejo de doar órgãos para transplantes, isso irá facilitar a decisão dela caso você venha a faltar.
Doe órgãos. Doe vida.