“Não briga com a linha que você perde”
Um dia desses ouvi essa frase, “Não briga com a linha que você perde”, dita por Marisa Monte em uma entrevista, o que me fez refletir sobre a vida e os desafios que ela apresenta, e ainda bem que no nosso viver se apresentam constantes e diversas questões desafiadoras pois, são elas que nos fazem aprender, crescer e melhorar como pessoa. Pensando desse modo gostaria de refletir com vocês hoje sobre essa frase e o quanto ela pode nos ensinar sobre como resolver as muitas situações do nosso viver pela via da inteligência emocional. Brigar com a vida assim como brigar com a linha não é o que trará resultados satisfatórios, quando a linha dá um nó assim como a vida embola e se amarra de tal forma que naquele instante pensamos que não há como desfazer o nó, o que precisamos é parar, olhar, se aclamar e respirar, sim respirar profundamente, por alguns instantes e partir para a ação que nesse caso analítico será desfazer o nó da linha com calma, um pedacinho por fez como na vida.
Se perdermos a calma e forçarmos a linha, ela arrebenta, e o mesmo vale para a vida, não forçar o nó e aprender a desenrolá-lo uma linha por vez é o grande segredo. Fazemos isso utilizando o que chamamos de pilares da inteligência emocional, já que conforme Daniel Goleman, somente 20% do nosso sucesso está atrelado ao nosso QI (Quociente de inteligência), o autor assegura que os 80% remanescentes necessita do QE, trata-se do nosso quociente de inteligência emocional. As 5 colunas da inteligência emocional segundo Daniel Goleman, um dos maiores estudiosos da temática são: O primeiro que será a base de todos os outros, e que sem este não alcançaremos os demais é o autoconhecimento, ou seja, o simples e primordial acontecimento de permanecermos conhecedores das nossas emoções. Nossa competência em distingui-las, convêm apropriar da ancestral ideia do “Conhece-te a ti mesmo”.
Para ampliar a inteligência emocional é necessário iniciar um processo de intensa observação atenta às próprias emoções. E ir além tentando refletir sobre o que essas emoções falam sobre si mesmo e ainda sobre as implicações que elas acarretam.
O segundo pilar da inteligência emocional é o gerenciamento das emoções, após reconhecê-las, é necessário instruir-se em como lidar com elas. É dessa forma aprendendo o manejo de nossas emoções que vamos nos conter nos
períodos de cólera, desesperança, ou aflição, quando alguma questão não sai de acordo ao prometido. Gerenciar bem as emoções ainda nos favorece na construção de relacionamentos profícuos com os indivíduos que nos rodeiam. O
autocontrole emocional é parte importante em nossos caminhos profissionais, já que parte desse processo diz respeito a também considerar o que as outras pessoas sentem, nos livrando de falhas complexas de serem consertados posteriormente. Gerenciar bem as próprias emoções é um aprendizado que leva um certo tempo, que necessita de empenho e prática diárias.
A empatia é a terceira das 5 colunas da inteligência emocional. Trata-se da nossa competência em enxergarmos o outro indivíduo. Exercermos nossa empatia quando em um diálogo desafiador, ou ainda numa situação de confusão,
percebermos além disso as emoções do outro. E considerarmos essas emoções.
É a empatia que viabiliza analisar a situação pelo ponto de vista do outro sujeito, tentando compreendê-lo e não somente o nosso. Mas, cuidado com a pegadinha que pode surgir, ser empático não é renunciar a suas emoções e sair
concordando com tudo e todos que apresentem um modo de agir e pensar diferente do seu, é aprender a analisar por outro ponto de vista e considerar isso, constitui distinguir as emoções desatentas e, desse modo, escolher um caminho e decidir algo. Preferencialmente, buscando atingir uma solução que fique boa para todos os envolvidos na situação, ou seja, um recurso válido para o que você sente e entre o que a outra pessoa sente.
A quarta coluna da inteligência emocional é a automotivação, que é extremamente relevante. A automotivação se alude a aptidão que apresentamos de nos conservarmos motivados. De continuar a caminhada, mesmo diante de
acontecimentos inesperados. Mesmo sendo bons planejadores, verdadeiramente sabemos que em qualquer campo de nosso viver, os acontecimentos podem sair dos trilhos. Durante décadas, nos voltamos a planejar e sonhar com determinados acontecimentos como: dar novo rumo a vida profissional, casar-se, ter filhos, iniciar um empreendimento… E, na ocasião, que enfim, os tais sonhos se direcionam para a concretização, continuamente se
apresentam novos desafios e surpresas ao longo do caminho. É nesse instante que a automotivação, ou seja, se motivar a ação, se torna relevante. É essa capacidade de nos mover para a ação que nos impulsiona a permanecer
operando, mesmo sabendo que os atos presentes vão gerar decorrências esperadas e só serem colhidas em muito tempo depois. A automotivação é algo próprio que não deve depender de terceiros nos motivar e nem da presença de
efeitos instantâneos para permanecermos trilando nossa caminhada em direção a realização de sonhos pessoais.
A inteligência emocional nos apresenta seu último pilar não menos importante que os demais, trata-se da gestão dos relacionamentos, para que essa coluna exista na nossa vida é primordial dominar todos os pilares ditos anteriormente.
É necessário compreender as próprias emoções, é essencial ser capaz de administrá-las, saber enxergar pelo ponto de vista da outra pessoa e permanecer continuamente motivado para a ação. Esse aprendizado de gerência também
ocorre com o tempo. E necessita de bastante devoção pessoal. Porém ela produz diversas benfeitorias. Como a concepção de vinculação e relacionamentos benéficos e prolongados no nosso viver íntimo, familiar, coletivo
e profissional. Lembre-se que não devemos brigar com a linha, o que necessitamos é inserir tais pilares da inteligência emocional em nossas vidas praticando diariamente pois, assim como brigar com a linha produz perdas, brigar com a vida também. Inicie sua prática em inteligência emocional hoje mesmo, para construir a vida que você tanto deseja, já que 80% do nosso sucesso está atrelado a isso, não forçar a linha e sim aprender a desfazer os nos.
Laudiceia Veloso
Formanda em Psicologia (10/10)
Arteterapeuta /AARTES nº 054
Master ESEPAS em Educação Emocional, Sexual com foco na Prevenção ao Abuso Sexual.