Ministério da Saúde envia medicamentos para Cuba, revela Lei de Acesso à Informação
O Ministério da Saúde do Brasil enviou uma remessa de medicamentos a Cuba, após reunião do presidente Lula (PT) com o ditador cubano Miguel Díaz-Canel, em Paris. Segundo a Lei de Acesso à Informação, o Brasil enviou 11,8 mil ampolas do antibiótico doxiciclina em março deste ano.
Certa publicação de um jornal de São Paulo (FSP) indicou que uma nova doação de aproximadamente 100 mil comprimidos de tenofovir alafenamida, um antiviral usado no tratamento de hepatite B, está sendo preparada e terá o mesmo destino. Os remédios enviados em março eram parte de um lote cuja validade expiraria no final deste mês.
O Itamaraty informou em nota que “a doação atende ao pedido do governo cubano, sem comprometer o abastecimento nacional”.
O Ministério da Saúde esclareceu que o governo brasileiro realiza doações de medicamentos, vacinas e outros insumos de saúde para diversos países como parte da cooperação humanitária internacional, coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores. Segundo a pasta, as doações são realizadas após uma análise técnica para garantir que não afetem o abastecimento nacional no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Em 2023, o Brasil já fez doações para outros países, incluindo Cabo Verde, Chile, Dominica, Guiana, Guiné-Bissau, Haiti, Palestina, Paraguai, Sri Lanka, Suriname e Trinidad e Tobago.
Neste contexto, o presidente Lula realizou reuniões com o líder de Cuba, Miguel Díaz-Canel, após receber Nicolás Maduro, líder da Venezuela, no Brasil. O encontro tratou da grande dívida que Cuba tem com o Brasil, e Lula teria indicado que iria rever o valor devido.
Desde 2009, os governos Lula e Dilma liberaram mais de R$ 600 milhões para Cuba construir obras de infraestrutura, como o Porto Mariel, em Havana. No entanto, apenas uma pequena parte do empréstimo foi quitada por Cuba. Além de Cuba, Venezuela e Moçambique também não quitaram seus débitos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), totalizando mais de US$ 1,2 bilhão.
A retomada das relações entre os dois países envolveu a nomeação de embaixadores para aumentar a representação diplomática em Havana e Brasília. Díaz-Canel publicou no Twitter sobre o “encontro fraterno” com Lula, destacando a troca de informações sobre os laços históricos entre Brasil e Cuba e o potencial para ampliar a cooperação em áreas de interesse mútuo.