Lula tenta reforçar ‘proximidade estratégica’ com Pequim em viagem oficial à China

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Em uma mensagem na rede social X, Lula descreveu esta visita como “um grande passo na relação de amizade e proximidade estratégica com a China, maior parceiro comercial do Brasil desde 2009”.

As duas potências, membros do Brics, fortaleceram recentemente sua relação em oposição ao protecionismo comercial de Donald Trump. Brasília e Pequim também reforçaram seus laços econômicos e comerciais: com US$ 160 bilhões em comércio bilateral em 2023 (R$ 774 bilhões na cotação da época), os chineses continuam sendo os maiores parceiros comerciais do Brasil.

A China importa do Brasil principalmente soja, óleos brutos e petróleo, minério de ferro e carne bovina, segundo o ministério brasileiro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Um dos objetivos da presença de Lula e sua delegação no país é tentar diversificar essa lista de produtos. Já Pequim, em pleno embate tarifário com os Estados Unidos, pretende reforçar suas parcerias com outros países.

Essa é a segunda vez em menos de um ano que Lula se reúne com o presidente chinês, Xi Jinping. O líder asiático esteve no Brasil em novembro de 2024 para a Cúpula do G20. O presidente brasileiro também esteve em Pequim para uma visita de Estado em 2023.

Lula está na capital chinesa com os presidentes colombiano e chileno, Gustavo Petro e Gabriel Boric, que também participarão do fórum. O evento visa promover o desenvolvimento da Associação de Cooperação Integral China-América Latina e Caribe.

O presidente chinês, Xi Jinping, participará e fará um discurso na cerimônia de abertura da reunião, conforme anunciou neste domingo (11) um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, citado pela agência de notícias oficial Xinhua.

Este encontro medirá o ritmo das relações entre China e América Latina, em um contexto marcado pelo retorno de Trump à presidência dos Estados Unidos, e em meio à pressão de Washington para conter a crescente influência da China na região.

“Não ser o quintal de outros países”

“A China acredita que os países da América Latina e Caribe são atores importantes nos processos de multipolaridade global e globalização econômica”, disse o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Miao Deyu, em uma coletiva de imprensa neste domingo. “Os povos da América Latina e do Caribe buscam construir sua própria pátria, não servir como quintal de outro país”, acrescentou, em uma referência velada aos Estados Unidos.

O representante de Pequim também elogiou a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), um grande plano de infraestrutura lançado em 2013 por Xi que visa conectar continentes como uma nova Rota da Seda. “Mais de 20 países da América Latina e do Caribe aderiram à ICR e dez assinaram planos de cooperação com a China”, detalhou ele, acrescentando que Pequim vê a região como um lugar “com imenso potencial de desenvolvimento e perspectivas promissoras”.

Lula chegou a Pequim após passar por Moscou, onde participou das comemorações dos 80 anos da derrota da Alemanha nazista. O presidente não tem compromissos neste domingo. A agenda oficial começa na segunda-feira, com participação no encerramento de um seminário empresarial China-Brasil.


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