Lula faz apelo a Macron por acordo Mercosul-UE, apesar das duras críticas
Durante sua visita a Berlim, Alemanha, nesta segunda-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pontuou seu empenho em avançar o acordo entre Mercosul e União Europeia. Lula revelou ter feito um apelo pessoal ao presidente francês Emmanuel Macron, dizendo: “Ontem quando me despedi do Macron, falei: ‘Abra seu coração, converse com a sua esposa e aceite fazer um acordo entre a União Europeia e o Mercosul’. Eu não vou desistir do Macron, eu vou continuar até um dia eu conseguir”.
O presidente brasileiro afirmou ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz: “Todos com quem eu discuti criaram dificuldade para o acordo. Isso faz 23 anos. Mesmo assim eu ainda estou persistindo. Se eu não persistisse, não teria chegado à Presidência do meu país depois de ter perdido três eleições”.
Em contraponto, durante a COP28 em Dubai, Macron classificou o acordo como “antiquado” e “contraditório”, criticando-o por ser um tratado negociado há duas décadas e mal ajustado às realidades atuais.
Lula reagiu à posição de Macron, enfatizando que só admitirá a inviabilidade do acordo após o término da reunião do Mercosul e quando receber uma resposta negativa definitiva. Ele ressaltou a importância dos acordos comerciais, políticos e econômicos, mantendo-se aberto ao diálogo.
Ainda em Dubai, Lula havia comentado: “Se não tiver acordo, paciência”. Ele aproveitou a COP28 para buscar apoio político para o acordo, antes do fim da Presidência brasileira do Mercosul.
Finalmente, Lula mencionou sua conversa com Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, expressando esperança em uma resolução positiva até a Cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro: “Se não tiver acordo, pelo menos vai ficar patenteado de quem é a culpa de não ter acordo”.