Lula admite ‘problemas’ na Venezuela, após várias polêmicas por suas declarações

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O presidente Lula fez uma mudança sutil em sua postura em relação à crise política na Venezuela. Ontem (4), ele declarou que os “problemas” no país vizinho precisam ser enfrentados. As observações, que pararam curiosamente de mencionar diretamente as violações de direitos humanos perpetradas pelo governo de Nicolás Maduro, foram feitas durante a 62ª reunião de cúpula do Mercosul em Puerto Iguazú, Argentina, onde Lula assumiu a presidência rotativa do bloco.

Esta mudança de tom ocorre pouquíssimos dias após um golpe jurídico de Maduro ao excluir sua principal opositora à presidência María Corina Machado, banida das eleições por 15 anos. A questão da Venezuela tem sido uma fonte contínua de tensão para o terceiro mandato de Lula, que apoia o retorno do país ao Mercosul, que foi suspensa em 2017 por uma “ruptura na ordem democrática”.

A tensão é agravada pela pressão para reavivar negociações comerciais estagnadas com a União Europeia desde 2019. Na segunda-feira, o bloco europeu expressou “profunda preocupação” com a exclusão de María Corina e outros opositores venezuelanos.

Internamente, a postura de Lula em relação a Maduro também tem causado desconforto, até entre os partidos aliados ao governo. Em maio, a visita de Maduro ao Brasil gerou controvérsias, incluindo comentários críticos do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.

Na reunião do Mercosul de terça-feira, o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou se manifestou contra o retorno da Venezuela ao bloco. Declarações semelhantes têm sido feitas por outros líderes da América do Sul, incluindo o presidente colombiano Gustavo Petro.

Apesar disso, Lula tem defendido Maduro em várias ocasiões, chamando a situação na Venezuela de “narrativa antidemocracia e autoritarismo”.

 


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