Lista de países que reconhecem Estado palestino segue aumentando desde o início do conflito em Gaza

Compartilhe

Ao todo, dos 193 países que integram a ONU, 145 já reconheceram ou pretendem reconhecer o Estado palestino, segundo levantamento feito pela agência de notícias AFP. Assim como a Austrália, França e Canadá manifestaram recentemente que pretendem fazer o mesmo durante a Assembleia Geral.

“A paz será apenas temporária enquanto israelenses e palestinos não tiverem seus respectivos Estados permanentes (…) A Austrália reconhecerá esse direito do povo palestino”, declarou Albanese.

Leia tambémFrança: Macron defende missão de estabilização da ONU na Faixa de Gaza

Além destes, o Reino Unido já havia anunciado que reconhecerá o Estado palestino, a menos que Israel se comprometa a não anexar a Cisjordânia e aceite um processo de paz. Finlândia e Portugal também comunicaram em julho que estão “dispostos” ou “considerando” dar este passo.

Na contramão deste posicionamento, os Estados Unidos, aliado histórico de Israel, encabeçam a lista de países que não reconhecem a Palestina, acompanhado por outros aliados como Japão e Coreia do Sul, além da maioria dos países da Europa Ocidental – com exceção da Suécia e Islândia.

Proclamação unilateral

Os entraves diplomáticos envolvendo a Palestina começaram há quase 40 anos. Em 15 de novembro de 1988, durante a Primeira Intifada, o líder Yasser Arafat proclamou unilateralmente um Estado palestino independente e Jerusalém como sua capital.

Arafat fez o anúncio em Argel, capital argelina, durante uma reunião do Conselho Nacional Palestino no exílio, que adotou como objetivo a solução de dois Estados, um israelense e um palestino.  Alguns minutos depois, a Argélia foi o primeiro país a reconhecer oficialmente o Estado palestino.

Em poucas semanas, quase 40 países, incluindo China, Índia, Turquia e a maioria das nações árabes, adotaram essa posição diplomática. Pouco depois, quase todos os países africanos e nações do bloco soviético seguiram o mesmo caminho.

Yasser Arafat durante conferência na ONU em 13 de novembro de 1974.
Yasser Arafat durante conferência na ONU em 13 de novembro de 1974. ASSOCIATED PRESS

Na América Latina, Venezuela, Cuba, Nicarágua, Costa Rica, Colômbia, Honduras e El Salvador se posicionaram da mesma forma, se distanciando dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.

A partir de dezembro de 2010, foi a vez de outros países latinos optarem pelo reconhecimento. Primeiro o Brasil, depois, Argentina, Bolívia, Equador, Chile, Peru e Uruguai.

Diante do crescente apoio no mundo, a Autoridade Palestina lançou uma ofensiva diplomática nas organizações internacionais, já sob a direção de Mahmoud Abbas, sucessor de Arafat, falecido em 2004.

Em uma votação histórica em novembro de 2012, a Assembleia Geral da ONU decidiu a favor de conceder aos palestinos o status de Estado observador nas Nações Unidas.

Isso abriu caminho para integrar em 2015 o Tribunal Penal Internacional (TPI) e permitiu a abertura de investigações sobre operações militares israelenses nos territórios palestinos. Na época, Estados Unidos e Israel criticaram a decisão.


Compartilhe