Justiça manda cabo da PM acusado de matar adolescente voltar para prisão
Thafny da Silva Fernandes estava em liberdade desde julho deste ano e terá de voltar a ficar preso no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Vitória
A Justiça mandou prender novamente o policial militar apontado como autor do disparo que resultou na morte de um adolescente de 17 anos, em março deste ano, em Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo.
O cabo Thafny da Silva Fernandes, denunciado pela execução de Carlos Eduardo Rebouças Barros, teve a prisão preventiva decretada pela Vara Única de Pedro Canário.
Dessa forma, ele terá de voltar a ficar preso no Quartel do Comando-Geral (QCG) da Polícia Militar, em Vitória, de onde foi solto em julho, após a justiça revogar a prisão preventiva.
A decisão da Justiça foi expedida na última quarta-feira (13), cerca de dois meses após o policial militar receber o alvará de soltura.
Por meio de nota, o advogado Márcio Bezerra, responsável pela defesa de Thafny, ressaltou que respeita a decisão judicial, mas que “tomará as medidas judiciais adequadas” na defesa do militar.
Na nota, o advogado destaca ainda que recebeu com surpresa a decisão sobre a decretação da prisão preventiva e que entende que a decisão “não atende os requisitos autorizadores da prisão preventiva”.
Adolescente foi morto por PM; vídeo flagrou ação
O crime aconteceu no dia 1º de março deste ano. Na época, o comandante da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Douglas Caus, explicou que os policiais foram acionados após receberam informações de que dois indivíduos conhecidos pela prática do tráfico de drogas e homicídios estariam na região.
A ação policial foi registrada por uma câmera de videomonitoramento. Nas imagens, o adolescente aparece algemado, rendido por um policial armado.
Em seguida, ele é baleado. O adolescente não resistiu aos ferimentos e morreu.
PMs envolvidos na ação foram denunciados à Justiça
Em junho, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) denunciou os policiais militares investigados pela morte do adolescente por falsificação do boletim de ocorrência.
Segundo o MPES, os militares também foram denunciados por fraude processual, por inobservância de lei (crime militar) e por abuso de autoridade.
Além de Thafny, outros quatro policiais militares respondem pelo crime. Eles conseguiram o alvará de soltura em maio e seguem em liberdade.
Veja quem são os policiais envolvidas na ação
— Thafny Da Silva Fernandes: é cabo e começou na Polícia Militar em junho de 2013. Em nove anos na corporação, requereu 13 licenças médicas, totalizando 182 dias. A mais extensa foi de abril a junho de 2019, totalizando 84 dias.
— Leonardo Jordão da Silva: é cabo e iniciou na Polícia Militar em abril de 2011. Até o momento, ele já tirou 16 licenças médicas, num total de 746 dias de licença remunerada. A mais extensa foi uma licença médica em 2021 que durou 108 dias.
— Samuel Barbosa da Silva Souza: é soldado e entrou na PM em novembro de 2014. Ele já requereu seis licenças médicas, totalizando 21 dias.
— Tallisson Santos Teixeira: é soldado e iniciou na PM em março de 2014. Totalizou sete licenças com 38 dias de licença remunerada.
— Wanderson Gonçalves Coutinho: é soldado e entrou na Polícia Militar em março de 2014. Nunca tirou licença remunerada.