Israel propõe trégua de dois meses em Gaza em troca de reféns
Proposta incluiria libertação de prisioneiros palestinos
Israel fez uma proposta de trégua de dois meses na guerra em troca da libertação dos reféns que o Hamas ainda mantém na Faixa de Gaza, informou o jornal israelense Walla, citando dois altos representantes do país.
Segundo o Walla, com acesso a fontes de alto nível enre as autoridades israelenses, o governo de Benjamin Netanyahu enviou ao Egito e ao Catar, os principais mediadores no conflito com o Hamas, proposta de cessar-fogo de dois meses no enclave em troca da libertação dos reféns.
De acordo com a agência EFE, com base nas informações do jornal israelense, a proposta incluiria também a troca por prisioneiros palestinos que seriam libertados.
Israel calcula que 136 reféns – incluindo cerca de 25 mortos – ainda se encontram retidos na Faixa de Gaza. Nos últimos dias, as famílias intensificaram os protestos junto a Netanyahu para que ele chegue a um acordo e tome medidas para a libertação. O premiê mostrou-se relutante em chegar a um acordo com o Hamas e defendeu a pressão militar como forma de garantir a libertação.
A proposta de Israel, contudo, não aceita a exigência do grupo islâmico de cessar completamente a ofensiva militar, iniciada em resposta ao ataque de 7 de outubro pelo Hamas.
No fim de novembro do ano passado, durante uma semana de trégua, foram libertados 105 prisioneiros, num acordo que incluía também a libertação de 240 prisioneiros palestinos.
A nova proposta de Israel incluiria a libertação de todos os reféns vivos e a devolução dos corpos dos mortos, e seria dividida em fases que poderiam durar até dois meses.
Na primeira fase seriam libertadas as mulheres, os homens com mais de 60 anos e reféns em estado grave de saúde. A fase seguinte incluiria a libertação de pessoas com menos de 60 anos, soldados e reservistas, e a devolução dos corpos de dezenas de mortos ainda detidos na Faixa de Gaza.
O jornal Walla informou também que Israel e o Hamas deverão chegar a acordo prévio sobre o número de prisioneiros palestinos a serem libertados em troca de cada cativo, além de possível retirada, em fases, do Exército de partes de Gaza.
Por sua vez, à medida que o acordo for implementado, permitirá o regresso gradual dos palestinos deslocados internamente a Gaza e ao norte do território.
Israel aguarda uma resposta do Hamas à proposta, embora as fontes citadas indiquem que há “algum otimismo” de que seja possível avançar.