Golpe do WhatsApp: bandido revela como funciona esquema a vítima e conversa viraliza

Compartilhe

Nas redes sociais, homem compartilhou conversa que teve com criminoso que tentou aplicar um golpe no WhatsApp

 

Um homem viralizou nas redes sociais ao compartilhar uma conversa que teve com um criminoso no WhatsApp.

“Hoje acordei com o velho golpe da troca de número no WhatsApp . Mas, em vez de me enfurecer kkk zoei o cara por ter vindo falar comigo pedindo dinheiro a mim e fiz algumas perguntas que você talvez tivesse curiosidade”, disse Dannyel Delgado em uma publicação no X, antigo Twitter.

O golpista começou a conversa com o rapaz informando que havia trocado de número e desativado o antigo, desculpa que não convenceu Dannyel. “Bicho, tu viesse falar comigo. Como pode?”, disse. O homem respondeu: “Eu chamo 1 pessoa só”.

Pela conversa, o criminoso deu a entender que faria uma “próximo tentativa” e falaria com outra pessoa na agenda de contatos. No entanto, a vítima declarou: “O pessoal já tá avisado. Eu já avisei. Povo não vai te dar dinheiro não”, contou.

Curioso, Dannyel ainda perguntou: “Como é que tu rouba o histórico de contatos? Só curiosidade”. Se sentindo completamente a vontade na conversa, o golpista contou o nome da interface, conhecida como “Painel”.

“Acha qualquer pessoa por nome completo, CEP, telefone, WhatsApp, CPF, CPNJ… Qualquer coisa que seja ligada ao seu CPF”, explicou.

Foto: Reprodução/X

“Se você colocar Daniel Rodrigo, aparece todos do Brasil”, comentou o infrator. “É pago o aplicativo?”, perguntou a vítima. “Você olha de onde é o DDD, se bate com a pessoa. Tipo, eu tô atrás do seu perfil, sei que você é dessa região. Quando aparecer os Dannyel, com nome igual, é só olhar a cidade ou a idade”, disse.

“É pago sim, mensal. Deu 30 dias corta e tem que renovar”, completou o criminoso. “Essa foto do Instagram aparece lá?”, questionou Dannyel. “Não, você tem que achar a pessoa. Cada um pesquisa de uma forma, uns vão no Insta, acha você e tenta te achar no painel. Entendeu?”, ensinou o golpista.

Para continuar a explicação, o delinquente ainda enviou um print do painel que usa para encontrar dados de vítimas e aplicar golpes. “Aparece o perfil de conhecido, você abre e aparece os contatos. Você vai na sorte, já peguei 90”, contou.

Foto: Reprodução/X

Tentanto fazer com que o infrator contasse mais detalhes sobre o crime, Dannyel perguntou se ele nunca havia sido pego.

“Só se você roubar alguém muito importante igual Alexandre de Moraes, aí os caras (polícia) vem. Na sede prenderam uns três, levaram lá para Minas Gerais, outra cidade, porque era povo importante da política. Tão preso até hoje. Tem 2 anos já, mas só esse caso mesmo”, revelou o criminoso.

“Não dá pra rastrear também”, instigou a vítima. “Cara, pior que dá. Mas, igual eu falei, depende do povo. Uma ligação e ele já chega onde eu to. O negócio é não mexer em ninho de marimbondo, se é que você me entende”, disse o golpista.

Ele ainda contou: “Eu não fico enchendo o saco da família toda, chamo 1 ou 2 contato, no máximo. Peidou eu já troco de foto”.

Foto: Reprodução/X

Após receber o aviso de que a família já estava sabendo sobre o golpe, o criminoso se despediu: “To indo pra outra em outro DDD. Irmão, fica com Deus. Não é nada pessoal, bem aleatório mesmo”.

Ao mostrar as capturas de tela na conversa no WhatsApp, Dannyel Delgado comentou: “agora sabemos que eles usam um aplicativo chamado painel e que todos os dados sensíveis estão lá. O chip é descartável. Não parece ser presidiário. Tentei ser amistoso pra vê se ele abria mais coisas, mas ele parou de dar papo. A @policiafederal podia focar em tirar esse software do ar”.

O caso viralizou. Nos comentários, as pessoas deixaram mais informações sobre como o golpe acontece na rede social.

“Não é um aplicativo chamado painel, é o mesmo sistema que empresa de cobrança e empréstimo usa. Você bota um dado da pessoa e ele te mostra tudo, até de vizinho proximo. É porque esqueci o site que eu usava quando trabalhei oferecendo empréstimo, senão mandava aqui”, revelou um internauta.

“É mais de um. Eu já ouvi falar de 3 diferentes, mas devem ter incontáveis. E não é coisa de DeepWeb, é de acesso normal. Também não sei porque que não existe uma movimentação pra derrubar esse tipo de site”, contou uma mulher.

“Se reparar, ele só manda mensagem pra parentes seu, pois é o que tem na base de dados”, comentou um usuário. “Não são dados sensíveis pela LGPD, e se a ferramenta tem os teus dados é porque você consentiu, sabe o li e concordo com os termos? Internet pública, cadastros em lojas e etc são fontes de dados, e se alguma empresa (painel) compra esses dados ela pode vendê-los”, disse outro.

Inumeros outros comentários na publicação de Dannyel Delgado explicaram de maneiras diferentes como o crime funcionava e como é fácil de ter acesso aos dados de outras pessoas. Uma vez que concorda com o uso dos dados, a empresa em questão poderia vendê-los à outros sistemas.


Compartilhe