Gleisi Hoffmann, presidente do PT, enfrenta críticas e tensões internas dentro da sigla

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A deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) está a caminho de se tornar a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) com o mandato mais longo na história da sigla, sob a proteção de Lula. Apesar desse marco, Gleisi enfrenta críticas internas de dirigir o partido com uma “mão de ferro”, junto com a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), resultando em um Diretório Nacional considerado pouco democrático.

Gleisi tem optado por pontuar suas posições nas redes sociais ao invés de debater questões delicadas na executiva nacional do PT. Essa abordagem, segundo o dirigente nacional do PT, Valter Pomar, é devido ao temor de Gleisi de que suas opiniões sejam barradas por membros da CNB.

Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), Gleisi tem sido vocal em suas críticas a figuras políticas como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de confrontar membros do próprio partido, como o vice-presidente do PT Washington Quaquá.

Recentemente, Gleisi criticou Pacheco por posições que, segundo ela, “fortalecem a extrema direita”, e acusou Lira de desrespeitar o Executivo e ressuscitar o orçamento secreto. Ela também repreendeu Quaquá publicamente após ele postar uma foto com o ex-ministro Eduardo Pazuello.

Internamente, o PT vivencia embates significativos. Valter Pomar, derrotado por Gleisi na última disputa pela presidência do partido, critica a CNB por agir como um “partido dentro do partido” e por falta de coesão interna. Ele também ressalta a crise interna e as divergências entre Gleisi e outros membros da executiva, como Quaquá e o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu.

Outra área de desacordo no PT é a política fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contradisse Gleisi, que defendeu o aumento dos gastos públicos como forma de impulsionar o PIB.

Gleisi, primeira mulher a presidir o PT e com experiência no Senado e na Casa Civil, teve seu mandato prorrogado por mais dois anos, totalizando oito anos à frente do partido. Essa decisão de adiar as eleições internas, não unânime, provocou críticas internas e especulações sobre a manutenção de Gleisi na presidência. Dirigentes do PT de várias correntes expressaram ao Estadão que as críticas internas são normais e que o partido garante a liberdade de expressão, mas há preocupações de que as eleições possam ser adiadas novamente para 2027. Se isso acontecer, Gleisi poderia permanecer na liderança do PT por dez anos.

 


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