França investiga ameaças de morte a Emmanuel Macron feitas por rabino em vídeo
Após denúncia do ministro do Interior, Bruno Retailleau, e de uma plataforma para assinalar conteúdos odiosos e violentos online, uma investigação foi aberta “sobre ameaças de morte contra o presidente da República”, informou a promotoria. O caso está sendo apurado pelo Departamento de Investigação Criminal de Paris, acrescentou a mesma fonte.
Em um vídeo postado no YouTube, o rabino David Daniel Cohen, que parece estar morando em Israel, atacou Emmanuel Macron, criticando o presidente da França por seu plano de reconhecer o Estado da Palestina.
Com esse reconhecimento, previsto para setembro, Macron estaria expressando “seu profundo antissemitismo” e lançando “uma declaração de guerra a Deus”, diz o rabino, que fala em francês neste vídeo de 37 minutos intitulado “O Fim da França e do Irã”.
“Este presidente francês deve saber, há todo o interesse em preparar o seu caixão. Deus lhe mostrará o que significa querer ser tão descarado e fazer declarações contra Deus”, continua o rabino em sua declaração.
O Rabino-Chefe da França, Haim Korsia, condenou veementemente “os comentários abjetos e intoleráveis de Daniel David Cohen”. Em mensagem no X, ele insistiu que o autor do vídeo “nunca ocupou um cargo rabínico na França, que não foi treinado e nem se formou na escola rabínica francesa”.
Brasil apoia Macron
No fim de julho, o presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que a França reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina em setembro de 2025, durante a Assembleia Geral da ONU. Em mensagem nas redes sociais, o presidente justificou a medida como um gesto histórico, fundamentado no “compromisso da França com uma paz justa e duradoura entre israelenses e palestinos”.
O anúncio provocou uma onda imediata de reações na comunidade internacional. A decisão, apresentada como parte de um plano mais amplo pela pacificação do Oriente Médio, foi recebida com entusiasmo por autoridades palestinas e duramente criticada por Israel e pelos Estados Unidos.
O governo brasileiro manifestou apoio à decisão anunciada pelo presidente da França e convocou mais países a fazerem o mesmo.
O Reino Unido também declarou que reconhecerá o Estado da Palestina em setembro, a menos que Israel assuma alguns compromissos, incluindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
(Com AFP)
