Empresário danificava cabos de internet de concorrentes para conseguir clientes
Empresário foi preso suspeito de se juntar à facção Terceiro Comando Puro e danificar cabeamento de empresas concorrentes no ES
Um empresário do ramo da internet foi preso nesta quarta-feira (29) suspeito de se juntar a uma facção criminosa no Espírito Santo.
Segundo as investigações, ele passou a danificar o cabeamento de concorrentes para obrigar moradores a se tornarem seus clientes.
O crime foi descoberto pela polícia, que realizou a Operação “Conexão Perdida” com objetivo de combater a organização criminosa denominada “Terceiro Comando Puro (TCP)”. A operação aconteceu simultaneamente no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.
Segundo o coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), delegado Alan Moreno de Andrade, nas investigações ficou comprovado que a facção criminosa “se tornou uma espécie de sócia do empresário”.
“A partir deste momento, as investigações deixam claro que a facção se torna uma espécie de sócia desse empresário. Uma central de internet chegou a ser desativada no Morro da Garrafa, em Vitória”, disse o delegado Alan Moreno de Andrade.
Durante as investigações, foi identificado que, para receber os valores ilícitos, os criminosos utilizavam diversas contas bancárias, inclusive de uma lotérica e uma espécie de “banco paralelo” que funcionava dentro do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
“Esses locais lavavam o capital ilícito gerado pelo tráfico de entorpecentes da Maré, bem como do TCP de Vitória, chegando a movimentar R$ 43 milhões em pouco menos de um ano”, destacou o delegado.
Empresário teria ligação com “irmãos Vera”
Ainda conforme as investigações, o empresário também teria ligações com Bruno Gomes de Faria e Luan Gomes de Faria, conhecidos como “irmãos Vera”, apontados como chefes da facção no Espírito Santo.
Os irmãos e o outro traficante, Marcos Luiz Pereira, vulgo “MK”, passaram a ter como fonte principal de renda a extorsão de empresários de provedores de internet e de serviços de gás e água.
“Dessa forma, essas empresas só poderiam atuar em áreas dominadas pela facção mediante pagamento de mensalidade, que poderia chegar a R$ 10 mil”, destaca a polícia.
Operação aconteceu no ES e no RJ
A “Operação Conexão Perdida” aconteceu simultaneamente no Espírito Santo e Rio de Janeiro.
No Estado, a ação contou com mais de 60 policiais. Já no Rio de Janeiro foram mais de 250 policiais, sendo 200 policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), com apoio de seis blindados e dois helicópteros blindados.
Além disso, a operação também contou com o apoio de policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e do Departamento de Narcóticos (Denarc).