Deputados apoiam mobilização de entregadores de aplicativo
Trabalhadores estão desde segunda protestando por melhores condições de trabalho em todo o país
O parlamentar leu uma carta aberta com as reivindicações dos trabalhadores, entre elas, que todos os aplicativos forneçam a foto de quem aciona o serviço; taxa mínima de R$ 10 por acionamento; valor por quilômetro de R$ 2,50; para entregadores de bicicleta percurso máximo de 3 quilômetros; livre escolha de rotas; ponto de apoio de cada aplicativo; tempo máximo de espera no estabelecimento e no cliente de no máximo 5 minutos; pagamento dobrado e triplicado em caso de rotas duplas e triplas e assim sucessivamente; além de atendimento humanizado.
Segundo os entregadores, já são quatro anos sem reajustes nas tarifas de entrega, o que vem causando prejuízos aos trabalhadores. Eles ainda cobram do governo do Estado e das prefeituras reforço na segurança pública, em decorrência de furtos e assaltos, e a melhoria das vias públicas.
Coronel Weliton manifestou apoio aos pedidos dos trabalhadores, inclusive, a respeito da necessidade de regulamentação das categorias. “Eles são seres humanos conduzindo as motos. Na pandemia eles faziam a entrega para quem não queria sair de casa, que não queria se expor à contaminação da Covid-19”, lembrou.
Quem também abordou o assunto foi a deputada Camila Valadão (Psol), que ressaltou que muitas vezes quem trabalha entregando comida não tem o que comer e nem como alimentar a família. “É uma luta justa a mobilização em várias cidades do país”, considerou. Também disse que uma das maiores empresas do ramo chegou a receber um grupo de representantes dos entregadores, mas se negou a acatar a pauta de reivindicações. “Deixo aqui o meu repúdio às empresas que não recebem os representantes da categoria”, lamentou.
A deputada reforçou que defende a pauta nacional e também a voltada para o Espírito Santo, que trata da questão da infraestrutura viária e da segurança pública. “São muitos casos de violência contra os entregadores. Meu apoio a eles. Estamos dando apoio aqui na Assembleia ao que for necessário”, salientou.
Janete de Sá (PSB) foi outra parlamentar a mostrar solidariedade ao movimento dos entregadores. “Eles fazem por garantias, segurança e aumento nos valores pagos, que hoje é uma miséria. O mínimo que vocês pedem é sonegado pelas empresas de aplicativo”, frisou.
De acordo com a deputada, os entregadores podem contar com o apoio da Assembleia Legislativa. “Vão em frente, vão à luta, porque se vocês não entregam dificulta para a sociedade e ela enxerga a importância de vocês, que facilitam a vida das pessoas”, concluiu.
Abril Laranja
Outro assunto alvo de discurso de Janete foi o Abril Laranja, mês de prevenção contra a crueldade animal. A parlamentar preside a CPI dos Maus-Tratos contra os Animais da Ales e afirmou que o colegiado tem trabalhado para atender as denúncias que são feitas.
Ao longo do pronunciamento, ela citou diversos casos ocorridos em Cariacica na semana passada em que a CPI atuou para coibir situações de maus-tratos contra os animais. Também pediu atenção especial das autoridades para o caso de um canil que possuía mais de 80 animais.
“Foi uma operação um pouco atabalhoada, mas felizmente teve resgate dos animais. Como vimos que estava incompleta, porque uma operação dessas tem que levar Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, e órgãos de gerência de bem-estar animal do município para que, junto com a proteção animal, possa ter uma operação de início, meio e fim e ter abertura de inquérito policial com pedido de indiciamento pelo crime de maus-tratos”, explicou.
Conforme mencionou, os proprietários tinham autorização para operar o canil, mas com o convencimento da CPI eles decidiram encerrar as atividades de comercialização dos animais. “Eles vendo as determinações que deveriam ser cumpridas decidiram por encerrar as atividades do canil. Agora à tarde vamos fazer o recolhimento dos animais. (…) A CPI trabalha mostrando resultados. É justiça para os animais e cadeia para quem maltrata um ser indefeso”, enfatizou.
Segurança pública
Mazinho dos Anjos (PSDB) enalteceu a Operação Colheita, do Executivo estadual, voltada para a segurança pública da zona rural do Espírito Santo. A edição 2025 foi lançada na semana passada em São Mateus, com a presença de deputados estaduais. Ele reforçou o pedido feito ao governo do Estado para inclusão do eixo “segurança no campo” no programa Estado Presente. Também disse que pretende criar no Legislativo estadual a Frente Parlamentar de Segurança no Campo.
“Estamos colhendo assinaturas de deputados para criar a frente. Vamos conversar com a Polícia Militar, Polícia Civil e Secretaria de Estado da Segurança Pública para traçar estratégias de segurança no campo para evitar roubos de café, pimenta, bomba de irrigação e outros”, finalizou.
Em outro momento da sessão, o deputado Coronel Weliton também debateu a segurança pública no Estado. Ele lembrou já ter alertado sobre o problema das facções criminosas que atuam, principalmente, na Grande Vitória, e que na semana passada queimaram ônibus como forma de protesto contra a morte de um integrante de facção.
“Há duas semanas falamos sobre o índice de criminalidade e violência (no Espírito Santo), e salientamos a presença das facções na Grande Vitória, deixando comunidades reféns, proibindo abertura de comércios, prejudicando profissionais e o direito de ir e vir. (…) Pedimos ao governo do Estado o empenho dos operadores de segurança para termos paz no Espírito Santo”, concluiu.