Delegado que deu tapa em motoboy no ES é transferido para Vitória
A transferência de David de Santana Gomes ocorre pouco mais de um mês após o incidente, que aconteceu no dia 4 de setembro, em Piúma
O delegado David de Santana Gomes, flagrado por uma câmera de segurança dando um tapa no rosto de um motoboy em Piúma, no Sul do Espírito Santo, foi transferido para atuar em Vitória.
A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 20 de setembro, e o delegado passará a integrar a Central de Teleflagrantes, localizada na sede da Polícia Civil.
Segundo a publicação oficial, a mudança faz parte de uma estratégia para uma melhor distribuição de efetivo policial, visando maior eficiência nos resultados. A transferência ocorre pouco mais de um mês após o incidente, que aconteceu no dia 4 de setembro.
Relembre o caso
O momento da agressão foi capturado por uma câmera de segurança. As imagens mostram o delegado abordando o entregador Wellington Abreu dos Santos, de 30 anos, enquanto outros policiais desembarcam de um carro.
Em seguida, o delegado dá um tapa no rosto do entregador, que tem sua bolsa revistada. Após a busca, os policiais não encontraram nada, e o grupo deixou o local.
Wellington, que é produtor cultural, revelou que não sabia que o homem que o abordava era delegado, já que ele não se identificou.
Dias depois, ele informou que um técnico foi ao mercado, local responsável pelas câmeras, e apagou as imagens do incidente. No entanto, Wellington conseguiu recuperá-las.
“Eu parei para efetuar uma compra quando ouvi algumas provocações de um indivíduo que aparentemente estava bebendo e sob efeito de entorpecentes. Ao sair da compra, eu dei uma ordem para que ele colocasse a bolsa em cima da mesa. Ele não obedeceu e eu segurei a bolsa que aparentava ter uma arma de fogo”, relata Davi Santana Gomes.
O delegado David de Santana Gomes alegou que foi desrespeitado e empurrado por Wellington durante a abordagem. Sobre a suposta exclusão das imagens, ele afirmou não ter conhecimento do ocorrido.
“O indivíduo me empurrou com o braço esquerdo e fez menção em levar a mão na bolsa para pegar a arma de fogo. Eu, acreditando estar numa situação de perigo iminente, faço o uso progressivo da força. Posteriormente, verifico que não era uma arma de fogo e, sim, um grampeador. Eu explico toda situação a ele. Ele se desculpa, eu peço desculpas e a situação é encerrada no momento”, afirma o delegado.
A Polícia Civil do Espírito Santo informou que a Corregedoria já instaurou uma Investigação Sumária para apurar possíveis irregularidades cometidas pelo servidor, tanto na esfera administrativa quanto criminal.
Enquanto a investigação continua, o delegado foi transferido, e a Justiça decidirá sobre uma possível suspensão de suas atividades.
A Polícia Civil reforçou que o caso está sendo tratado com seriedade, e a investigação seguirá com diligências, produção de provas técnicas, e depoimentos para uma resolução célere.