Deic identifica dupla que praticava roubo com faca em transporte coletivo e prende suspeito
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Crimes Contra Transportes de Passageiros (DCCTP), prendeu um homem de 20 anos responsável por cometer diversos crimes de roubo a passageiros de transporte coletivo. Ele praticava os roubos junto com o sobrinho de 16 anos, utilizando uma faca. A prisão ocorreu no dia 27 de fevereiro no município da Serra.
O resultado das investigações e prisão foi apresentado em coletiva de imprensa que ocorreu na manhã da última quinta-feira (07), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória. No dia 26 de fevereiro, a Delegacia Especializada de Crimes Contra Transportes de Passageiros deflagrou uma operação policial na residência do suspeito.
“Tentamos prendê-lo, mas ele conseguiu escapar. Iniciamos a operação cedo, cercando algumas regiões e casas de familiares, questionando sobre a presença do indivíduo. Ao perceber que estava cercado, ele se apresentou no dia seguinte, admitindo a autoria dos crimes. Durante o interrogatório, confessou a prática criminosa, reconhecendo ser ele o responsável e revelando que cooptou o sobrinho para participar dos delitos, utilizando uma faca”, relatou o titular da Delegacia Especializada de Crimes Contra Transportes de Passageiros, delegado Alan Moreno de Andrade.
Segundo o delegado, o suspeito admitiu que adentrava nos ônibus sem pagar a passagem, utilizando a saída dos veículos de maneira sorrateira para acessar a ponte de passagem no terminal rodoviário de Carapina, na Serra. O delegado informou que o suspeito pode ter roubado pelo menos 100 vítimas.
“No contexto de crimes ocorridos em coletivos com mais de 40 ou 50 passageiros, é comum que cada ocorrência envolva diversas vítimas, variando entre cinco, dez, 15 ou até mesmo 20 pessoas. O desafio reside na subnotificação, já que muitas vítimas, mesmo após terem sido roubadas, optam por não registrar boletim de ocorrência, uma vez que não recuperarão seus pertences. Essa subnotificação impacta nossas investigações, uma vez que nossa delegacia não dispõe dos mesmos recursos nas regiões menos denunciadas”, disse Alan Moreno de Andrade.
Ele também destacou que o aumento no número de denúncias é crucial para a criação de um banco de dados robusto, permitindo à Polícia realizar investigações mais precisas. “A filtragem de informações foi crucial para levar a polícia até o suspeito. Detalhes fornecidos pelas vítimas permitiram a construção do perfil dele, com destaque para uma marca de queimadura na região do pescoço, mencionada por várias vítimas”, informou o delegado.
Segundo ele, esse traço físico específico auxiliou na identificação de pessoas com essa característica. “No caso do detido, a ficha criminal dele já inclui passagens por crimes similares, reforçando a percepção de que ele tem uma orientação criminosa recorrente. Além de roubos em transportes coletivos, o indivíduo tem antecedentes por tráfico de drogas e posse de veículos roubados, demonstrando um histórico delituoso diversificado”, complementou Andrade.
O suspeito está detido preventivamente por roubo qualificado, agravado pelo concurso de pessoas e pelo uso de arma branca durante a prática do crime. O adolescente não foi apreendido.
O chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), delegado Gabriel Monteiro, destacou que o crime de roubo coletivo gera uma sensação negativa de insegurança na sociedade, uma vez que afeta a rotina diária das pessoas que saem para trabalhar ou estudar. “A Polícia Civil tem intensificado suas ações, incluindo fiscalizações em terminais rodoviários e visitas tranquilizadoras nos ônibus coletivos, com o objetivo de orientar a população sobre a importância de não reagir durante um assalto. Recomendamos evitar portar objetos valiosos, como celulares, relógios e cordões, sempre que possível”, disse o chefe do Deic.
“Além disso, informamos que as investigações estão abordando diversos aspectos, incluindo aqueles que adquirem celulares roubados, especialmente os comerciantes, que podem ser responsabilizados pelo crime de receptação dolosa e qualificada, sujeitos a uma pena de dois a oito anos de prisão. A Polícia está atenta a esses detalhes”, completou Gabriel Monteiro.
Ele ressaltou ainda que, com essas ações, se alcançou uma redução de 28% em relação ao ano de 2023, na Região Metropolitana da Grande Vitória, com exceção de Guarapari, que não é atendida pela unidade. “As prisões e operações em andamento visam proporcionar maior tranquilidade à população. Sempre enfatizamos a importância do registro da ocorrência, pois é por meio dele que mapeamos o índice desse tipo de criminalidade e direcionamos nossas ações policiais”, frisou o delegado.