Credores aprovam plano de recuperação judicial do Grupo João Santos, dono da Rede Tribuna
Em 2023, o grupo fechou um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para a regularização de dívidas de aproximadamente R$ 11 bilhões
O plano de recuperação judicial do Grupo João Santos, dono da Rede Tribuna e da Cimento Nassau, foi aprovado nesta quarta-feira (6) com aval de 59,91% dos credores que estavam presentes na assembleia-geral.
Segundo informações da Rede Tribuna, durante a reunião, os representantes do grupo apresentaram uma nova proposta, que dobrou o valor a ser pago aos credores trabalhistas.
Em agosto de 2023, o Grupo João Santos fechou um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para a regularização de dívidas de aproximadamente R$ 11 bilhões. Com descontos sobre os juros, multas e encargos, a dívida ativa com a União foi reduzida para cerca de R$ 4 bilhões.
Segundo a PGFN, parte do valor da dívida, cerca de R$ 270 milhões, é referente a créditos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de 22 mil trabalhadores, que eram cobrados judicialmente há mais de 10 anos.
No dia 31 de janeiro deste ano, o Grupo João Santos anunciou o pagamento da primeira parcela do FGTS aos cerca de 20 mil trabalhadores ativos e ex-funcionários que tinham valores a receber. O valor total da primeira etapa de acertos foi de R$ 150 milhões.
Plano de recuperação começou em 2022
O plano de Recuperação Judicial teve início no final de dezembro de 2022, quando a nova gestão realizou um levantamento do patrimônio, dos credores, do passivo e dos ativos do grupo.
Desde então, o grupo retomou a atuação de duas fábricas, estando atualmente com quatro delas em funcionamento, o que resultou num faturamento de R$ 1 bilhão.
A perspectiva é de que, no próximo ano, seja realizada a reativação de mais duas unidades fabris.
“A votação alcançada reflete o resultado de intensas negociações com os diversos agentes interessados no conjunto de negócios que integram o Grupo”, comentou advogado Gustavo Matos, sócio do Matos Advogados, escritório que conduz o processo.
Os copresidentes do Grupo João Santos, Guilherme Rocha e Nivaldo Brayner, destacaram a decisão dos credores na assembleia.
“Esta é uma etapa importante, que fortalece nossa confiança nas medidas adotadas para enfrentar os desafios que ainda estão por vir. Podemos afirmar que um novo tempo chegou para o Grupo João Santos.”