Confira alguns dos principais fatores de risco e cuidados para evitar a ocorrência de alergias respiratórias
Médico do Hospital Edmundo Vasconcelos esclarece dúvidas e fornece orientações sobre as alergias
As alergias respiratórias acometem milhares de brasileiros e podem ser de diversos tipos, mas as mais comuns são a asma e a rinite. Elas acometem o sistema respiratório (cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões) e são frequentemente desencadeadas por agentes que ficam dispersos no ar, como ácaros, poeira, mofo, epitélios de animais e o pólen, segundo afirma o médico alergista e imunologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Dr Diogo Costa Lacerda. O especialista explica alguns dos sintomas mais comuns nas alergias respiratórias e os melhores cuidados e tratamentos a serem tomados.
Sintomas
Entre os sintomas causados pelas alergias, muitos já são conhecidos pelos brasileiros. “Podemos encontrar principalmente espirros sequenciais, coriza abundante e clara, coceira no nariz, nos olhos, ouvido e garganta, além de obstrução nasal. Quando pensamos em uma alergia que afeta os pulmões, os sintomas podem ser crônicos e mais graves, como a falta de ar, chiados, sensação de aperto no peito, fadiga, respirações curtas e rápidas, tosse contínua e dificuldade para realização de atividades físicas”, detalha o especialista.
Fatores de risco
Lacerda relata que para o desenvolvimento das alergia é necessário uma predisposição genética associada a uma exposição a determinadas substâncias, identificadas pelo organismo, como estranhas. As principais reações ocorrem contra os componentes da poeira, pólens, alimentos,medicamentos ou até mesmo produtos químicos. “No entanto, é importante ressaltar que a presença desses genes, não garante o desenvolvimento de alergias, mas sim aumenta a suscetibilidade”, afirma.
Além disso, fatores ambientais também possuem um papel crucial para o desencadeamento das alergias. Os ácaros são os principais alérgenos domésticos e estão presentes em colchões, travesseiros, carpetes e estofados, além de roupas e cobertores guardados há muito tempo. O pólen, muito presente especialmente durante o período de polinização das flores na primavera, é um desses elementos.
Outros fatores como a poluição do ar, o estilo de vida e a dieta também podem contribuir. “Embora a herança genética seja um fator importante no desenvolvimento de alergias, a interação com fatores ambientais desempenha um papel crucial”, ressalta.
Além dos cuidados durante a primavera, o inverno também é uma estação que pode agravar os sintomas das alergias. Nesta época, o ar fica mais seco devido à baixa umidade relativa e ocorre um aumento da permanência em ambientes fechados.
Cuidados e prevenções
O médico do Hospital Edmundo Vasconcelos enaltece que diversos cuidados e atitudes preventivas podem ser tomados para reduzir a frequência das alergias.
É recomendável a lavagem nasal com soro fisiológico várias vezes ao dia, auxiliando na limpeza e hidratação das narinas, aliviando a secura e reduzindo a irritação. Diogo lembra que é importante seguir as instruções adequadas para a aplicação do soro fisiológico. “As principais medidas para reduzir a exposição aos ácaros incluem a lavagem frequente de roupas de cama e a manutenção da limpeza na casa”, garante.
Confira abaixo outros cuidados apresentados por Diogo Lacerda:
– Proteja a cama com capas de proteção para colchões e travesseiros para evitar o acúmulo de ácaros
-Evite bichos de pelúcia,animais de pelo e pena, especialmente no quarto
– Evite o mofo, reparando vazamentos de água e ventilando áreas úmidas como banheiros e utilizando desumidificadores, se necessário
– Evite produtos químicos irritantes, como fragrâncias fortes e sprays, que podem irritar as vias respiratórias
– Mantenha a casa limpa e ventilada,para reduzir a proliferação de ácaros
– Evite ambientes muito secos ou muito úmidos, que podem irritar as vias aéreas
– Evite exposição a poluentes domiciliares, como fumaça de cigarro
-Roupas de cama,cobertores,jaquetas e blusas de lã guardadas,devem ser lavados e secados ao sol ou ao ar quente,antes do uso
-Evite tapetes e cortinas de tecido
-Afaste o alérgico do ambiente enquanto se faz limpeza
– Evite métodos de limpeza a seco que possam agitar partículas no ar. Opte por métodos de limpeza úmida, como o uso de panos úmidos ou esfregões.
Extermine baratas e roedores do ambiente
“Durante a primavera, os pacientes sensíveis ao pólen, devem evitar atividades externas durante os picos de liberação de pólen. Essa dica é importante em especial para aqueles que habitam regiões de clima temperado, como é o caso da região Sul do país, onde as estações do ano são bem definidas”, diz.
Medicamentos
Diversos medicamentos podem ser utilizados, como: Anti-histamínicos, corticosteroides intranasais (usados para a rinite alérgica), corticoesteroides inalatórios e broncodilatadores (utilizados na asma), corticosteroides orais (para o caso de alergias mais graves ou crises agudas), entre outros. Vale lembrar que qualquer medicamento só deve ser utilizado após orientação médica.
O alergologista explica que o tratamento das alergias é amplo e personalizado, levando em consideração o impacto na qualidade de vida de cada pessoa. Para o tratamento, podem ser adotadas medidas preventivas e medicamentosas a curto, médio ou longo prazo. “Pacientes com sintomas leves e esporádicos, podem se beneficiar apenas de medicamentos para crises. Por outro lado, aqueles com sintomas mais graves e crônicos podem necessitar de um tratamento prolongado. É importante manter acompanhamento médico para ajustar as doses e determinar a duração adequada do tratamento”, informa.