Como os EUA podem pressionar a Rússia a encerrar a guerra na Ucrânia em encontro no Alasca?
Trump está convencido de que é possível obter um acordo e encerrar a guerra na Ucrânia, apesar das condições impostas por Moscou e Kiev. Esta será a primeira vez que ele e Putin conversarão pessoalmente sobre a questão.
O encontro representa uma nova tentativa de alcançar um consenso, após vários ultimatos feitos pelos Estados Unidos. Trump já ameaçou várias vezes impor sanções à Rússia, caso o país recuse o cessar-fogo.
Na ausência de um acordo, os Estados Unidos não descartam a aplicação de sanções contra países que mantêm relações comerciais com a Rússia, especialmente nos setores de petróleo e armamentos.
As medidas podem incluir o aumento das tarifas alfandegárias para 25% sobre produtos importados da Índia, em resposta ao consumo de petróleo russo. Outras sobretaxas poderão ser adotadas caso a demanda internacional por petróleo e gás natural produzidos pelo país não diminua.
O presidente Vladimir Putin não se mostra intimidado pelas ameaças e considera as medidas pouco legítimas. Na prática, a Rússia continua vendendo energia e mobilizando suas exportações para amortecer o impacto das sanções ocidentais.
O país também se apoia em trocas comerciais limitadas, porém estratégicas, que ajudam a compensar as medidas impostas pelos Estados Unidos.
Nesse contexto, a reunião no Alasca pode se revelar apenas um duelo diplomático de alto risco e, por isso, gera apreensão em Kiev. A Ucrânia teme um acordo desfavorável, já que o presidente Volodymyr Zelensky estará ausente.
“Qualquer decisão tomada contra nós, qualquer decisão tomada sem a Ucrânia, será uma decisão contra a paz”, alertou Zelensky nas redes sociais. Os principais líderes europeus pediram que a comunidade internacional mantenha a pressão sobre a Rússia para alcançar a paz e reiteraram seu apoio à Ucrânia.
Zelensky agradece europeus
Neste domingo (10), Zelensky agradeceu os líderes europeus. “O fim da guerra deve ser justo, e sou grato a todos que estão ao lado da Ucrânia e do nosso povo hoje, em nome da paz na Ucrânia, que defende os interesses vitais e a segurança de nossas nações europeias”, escreveu na rede social X.
“A Ucrânia saúda e apoia plenamente a declaração do presidente Macron, da presidente do Conselho italiano Meloni, do chanceler Merz, do primeiro-ministro Tusk, do primeiro-ministro Starmer, da presidente Ursula von der Leyen e do presidente Stubb sobre a paz para a Ucrânia”, acrescentou, referindo-se aos líderes europeus que publicaram no sábado uma declaração conjunta.
Os líderes do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Polônia, Finlândia e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declararam neste sábado (9) que o “caminho para a paz” na Ucrânia não pode ser decidido sem Kiev.
De acordo com os representantes europeus, as negociações só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo ou redução das tensões.
Eles também enfatizaram que “permanecem comprometidos com o princípio de que as fronteiras internacionais não devem ser modificadas pela força”. Segundo a declaração, “a linha de contato atual deve ser o ponto de partida das negociações”.
