Caso Íris Rocha: MPES denuncia ex-namorado de enfermeira por feminicídio
A enfermeira, que estava grávida de 8 meses, foi morta a tiros em janeiro deste ano. Na ação, o Ministério Público pede a condenação de Cleiton Santana por feminicídio
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Alfredo Chaves, ofereceu denúncia contra Cleilton Santana dos Santos, acusado de matar Íris Rocha de Souza, de 30 anos. A enfermeira, que estava grávida de 8 meses, foi assassinada a tiros em janeiro deste ano.
Na ação, o Ministério Público pede a condenação do denunciado por feminicídio praticado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito, além de provocar aborto sem o consentimento de Íris.
O MPES requer que o denunciado seja processado e, ao final, seja pronunciado para ser julgado e condenado pelos crimes descritos na denúncia.
Procurado pela reportagem, o advogado de defesa de Cleilton Santana informou que ainda não teve acesso à denúncia. O espaço segue aberto para manifestação.
Enfermeira foi morta com quatro tiros
O crime aconteceu no dia 11 de janeiro deste ano, na localidade de Carolina, em Alfredo Chaves. Cleilton, agindo de forma premeditada, levou a vítima a um lugar ermo, de mata e sem residências por perto, e fez quatro disparos de arma de fogo contra ela.
Na sequência, ele jogou o corpo de Íris em um terreno, despejando cal desidratado, com o objetivo de ocultar a localização e agilizar o processo de decomposição.
Durante as investigações, foi apurado que Cleilton e Íris mantinham um relacionamento em que ele exercia sobre a vítima extremo controle sobre suas atitudes e comportamentos, com sentimento de posse, não admitindo qualquer contrariedade, o que o levou a tirar a vida da vítima.
Cleilton foi preso no dia 18 de janeiro, no momento em que passava em um carro com o advogado pelo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Viana, na BR-262.
Investigações foram concluídas pela Polícia Civil
As investigações sobre a morte de Íris já foram concluídas. Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido motivado pelo fato do ex-namorado duvidar que seria pai do filho que Íris esperava.
Ele teria contado isso para o próprio pai. No entanto, exames de DNA comprovaram que Cleiton era o pai da criança.
As investigações também mostraram que a vítima foi alvejada por quatro tiros, sendo um no braço esquerdo, dois na axila e um na cabeça, acima do olho direito.
Enfermeira relatou agressão do ex-namorado em áudio
Em áudio obtido pela reportagem do Folha Vitória, enviado para uma amiga, Íris denunciou sobre a agressão física que sofreu por parte do então namorado, Cleilton Santana.
Na mensagem, ela narra que “apagou e acordou no chão cuspindo sangue”. O caso aconteceu em outubro do ano passado, pouco mais de três meses antes de ser executada.
A delegada destacou que o desfecho do caso serve como lembrete da importância da conscientização sobre a gravidade do feminicídio. “E da necessidade de combater ativamente a violência contra as mulheres”.