Carmélia Maria de Souza: A Cronista do Povo que deixou um legado cultural no Espírito Santo
Carmélia Maria de Souza, cronista e escritora capixaba, nasceu em 15 de maio de 1937, na Fazenda Rodeio, em Rio Novo do Sul, Espírito Santo. Sua vida foi interrompida precocemente em 13 de fevereiro de 1974, quando faleceu de embolia pulmonar, aos 36 anos. Durante sua trajetória, Carmélia produziu uma vasta obra de crônicas que foram publicadas ao longo de 17 anos em diversos jornais e revistas da capital, Vitória.
A escritora contribuiu com suas palavras para veículos como Sete Dias, O Diário, Vida Capixaba, A Tribuna, A Gazeta, O Debate e Jornal da Cidade. Além disso, sua obra “Vento Sul” foi publicada postumamente em 2002 pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), com prefácio do amigo Amylton de Almeida, jornalista, escritor e cineasta.
Carmélia, que se destacou como uma mulher negra e lésbica, era conhecida como a “Cronista do Povo”. Ela expressava seu amor pela vida, pela cidade de Vitória e pelas relações humanas em seus textos, que capturavam a essência do cotidiano capixaba das décadas de 1950 e 1960. Uma de suas frases marcantes, “Esta ilha é uma delícia”, se tornou o título de uma de suas colunas.
Em reconhecimento à sua contribuição cultural, o Centro Cultural Carmélia Maria de Souza foi inaugurado em 1986 no bairro Mário Cypreste, em Vitória. No mesmo ano, ela foi homenageada como patrona da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras. Além disso, uma rua em Vitória também leva seu nome, perpetuando sua memória na cidade que tanto amava.
Carmélia Maria de Souza continua a ser uma figura inspiradora, e sua obra é celebrada por novas gerações. Recentemente, a escritora Kátia Fialho, que ocupa a cadeira n° 08 da Academia Cariaciquense de Letras, produziu um vídeo em homenagem à cronista, destacando a importância de Carmélia e de todas as mulheres que transformam a sociedade por meio da arte.
Foto: José Daher Filho