“Cangaceiro Trade”: investidor virou suspeito de golpe de R$ 10 milhões
Emanuel Santos tem mais de 300 mil seguidores nas redes sociais, em que exibe vida de ostentação
O investidor Francisco Emanuel Pereira dos Santos, mais conhecido como “Cangaceiro Trader”, foi preso na última quinta-feira (14), em um condomínio de luxo na região metropolitana de São Paulo. Investidor e palestrante, ele é suspeito de aplicar golpes milionários contra seus clientes.
O suspeito trabalha há sete anos como trader — profissional que realiza transações na Bolsa de Valores e ganha dinheiro com operações de curto prazo. Santos também dá cursos em que promete ensinar as pessoas a investir de “forma certeira”: sem perdas e com muitos ganhos. Em um de seus anúncios, ele promete ganho de R$ 5.000 por mês no mercado financeiro.
O Ministério Público do Ceará, por meio do Nuinc (Núcleo de Investigação Criminal), que está à frente das investigações, estima que as fraudes supostamente aplicadas por Santos contra os clientes ultrapassem os R$ 10 milhões.
Casado e com uma filha pequena, Emanuel Santos nasceu no Ceará e, desde que passou a investir no mercado financeiro, em meados de 2017, mora em Alphaville. Hoje, tem mais de 300 mil seguidores em uma rede social, em que exibe vida de ostentação.
No site em que divulga seus cursos, Santos afirma que é considerado “um dos traders com maior reconhecimento mundial”. Na última quinta-feira, a polícia cumpriu mandados de prisão, de busca e de apreensão na casa do investidor.
Equipamentos eletrônicos, blocos de anotações, veículos e carros de luxo foram apreendidos. Santos é suspeito de praticar lavagem de dinheiro, estelionato e crimes contra a economia popular.
Em razão da grande quantidade de vítimas, o Nuinc pediu o embargo de cerca de R$ 6 milhões das contas do investigado como medida cautelar para salvaguardar o patrimônio das pessoas que foram prejudicadas pelos golpes.
Em comunicado oficial, a defesa do investidor diz ter ciência de que as acusações são sérias e que está colaborando para esclarecer o caso. “Acreditamos na Justiça, e estou confiante de que, ao final desse processo, retornaremos mais fortes”, afirmou Santos, em nota.
