Bolsonaro desafia Moraes a retirar sigilo do inquérito da PF de 2018
“Esse inquérito deveria se tornar público para que cada um formasse o juízo do que aconteceu nas eleições de 2018 e por que eu ganhei”, disse o ex-presidente
Durante entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira (3), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal, por ser qualificado como “mentiroso” por Moraes.
“Estou tranquilo com o resultado da votação, apesar da minha perda por 5 a 2, e minha consequente inelegibilidade. No entanto, ser chamado de ‘mentiroso’ por quatro ou cinco vezes por Alexandre de Moraes, após a leitura de uma declaração que ele atribuiu a mim, realmente me atinge”, expressou Bolsonaro. “Eu não sou esse tipo de pessoa que ele parece pensar que eu sou”, adicionou.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expôs argumentos defendendo sua posição em relação a alegações de fraude eleitoral em 2018. Ele destacou a importância de um inquérito policial de 2018, cujas frases foram lidas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, em sua recente decisão de inelegibilidade de Bolsonaro.
O ex-presidente apontou que o inquérito investigava supostas irregularidades nas eleições de 2018, afirmando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a presidência da ministra Rosa Weber naquela época, autorizou a Polícia Federal a investigar integralmente o assunto. Segundo Bolsonaro, o inquérito, que foi recentemente tornado confidencial, não tinha tal status quando lhe foi entregue pelo deputado Felipe Barros, do Paraná. Bolsonaro refutou alegações de que estivesse divulgando um documento confidencial.
Bolsonaro enfatizou o papel do inquérito na busca por transparência e justiça nas eleições, e desafiou o atual status confidencial do inquérito, declarando: “Se nada há a esconder no TSE, eu pediria ao senhor Alexandre de Moraes que removesse o sigilo desse inquérito”. Bolsonaro ainda afirmou que sua divulgação anterior do inquérito respeitou o novo status de sigilo.
A finalidade desse movimento, de acordo com Bolsonaro, é possibilitar que a imprensa e o público formem seus próprios julgamentos sobre o ocorrido nas eleições de 2018 e sobre sua vitória eleitoral. Ele declarou: “E como dizem que a democracia não tem preço, esse inquérito deveria se tornar público para que cada um formasse o juízo do que aconteceu nas eleições de 2018 e por que eu ganhei.”