Assassinato em escola do PR repercute na Ales
Tragédia em unidade de ensino do Paraná deixou uma estudante morta e outro aluno em estado grave
O ataque a tiros em uma escola de Cambé, Paraná, que resultou na morte de uma aluna de 17 anos e deixou outro estudante, que era namorado dela, ferido na manhã desta segunda-feira (19), repercutiu na sessão ordinária da Assembleia Legislativa (Ales).
Vários deputados se pronunciaram sobre a necessidade de medidas urgentes para evitar que esse tipo de tragédia continue no país. Vice-líder do governo, Tyago Hoffmann (PSB) cobrou do secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, agilidade na implementação de programa destinado a promover mais segurança nas escolas capixabas.
Ele classificou de “excelente” o programa elaborado por determinação do governador Renato Casagrande (PSB), e previu que as escolas estarão bem mais seguras, já que se tratam de medidas que, em sua avaliação, vão ajudar muito a prevenir esse tipo de violência.
Presidente da Comissão de Segurança da Ales, o Delegado Danilo Bahiense (PL) reforçou o pedido de Hoffmann para que o governo implemente de forma urgente o programa. Ele conclamou os secretários de Estado para que façam um esforço conjunto no sentido de viabilizar o funcionamento das medidas anunciadas.
Aracruz
Provocado pela tragédia em duas escolas no município de Aracruz (litoral norte), em dezembro de 2022, quando um adolescente com arma de fogo invadiu duas escolas, matando três professoras e uma aluna, além de ferir outras 12 pessoas, o Plano Estadual de Segurança Escolar possui cinco eixos.
A estratégia envolve ações policiais preventivas, de inteligência, de fortalecimento operacional e de inovação na gestão de ocorrências nas escolas, além de iniciativas nas áreas pedagógica e psicossocial.
O Dr. Bruno Resende (União), presidente da Comissão de Saúde, convidou a sociedade para acompanhar a reunião extraordinária do colegiado que será realizada amanhã (20) e que vai debater, entre outros temas, casos de bullying nas escolas e de suicídio entre estudantes.
Dia de enfrentamento
Outro assunto em pauta foi o Projeto de Lei (PL) 57/2023, de autoria de Tyago Hoffmann, que altera o Dia Estadual de Combate à Violência nas Escolas da data de 8 de maio para 25 de novembro – dia em que ocorreram as tragédias nas escolas de Aracruz. O PL 270/2023, de Alcântaro Filho (Republicanos), foi anexado à proposta por se tratar de assunto correlato.
A atual data se trata de uma homenagem ao professor Guilherme Almeida Filho, assassinado quando chegava à escola municipal Rosa da Penha, em Cariacica, no dia 8 de maio de 2013. Ao defender a aprovação da matéria, que já recebeu parecer favorável em Justiça, Hoffmann justifica que mudar a data para 25 de novembro seria uma forma de homenagear as vítimas de Aracruz, além de fomentar debates em toda sociedade capixaba acerca melhorias no combate à violência nas escolas.
Houve minuto de silêncio a pedido de vários deputados em memória da estudante assassinada na escola paranaense. O presidente da Casa, deputado Marcelo Santos (Podemos), também se solidarizou aos familiares das vítimas atingidas pelo atirador na escola do Paraná.
Marcelo ainda lembrou da tragédia ocorrida na semana passada em uma escola de Uganda, na África, que resultou na morte de 41 pessoas. Ele considerou que por ter ocorrido no continente africano o episódio pouco repercutiu na mídia, fato que, em sua opinião, teria sido diferente caso tivesse acontecido na Europa.
O caso do Paraná
O crime no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR), aconteceu por volta das 9 horas desta segunda-feira (19). O acusado de praticar os disparos é um ex-aluno da escola, que foi preso. Ele entrou na unidade alegando que precisava tirar uma cópia do histórico escolar.
Enquanto a solicitação era providenciada o atirador disse que ia ao banheiro, mas na verdade se dirigiu ao pátio do estabelecimento de ensino onde fez pelo menos 12 disparos com uma arma escondida dentro de uma mochila.
O casal de namorados Karoline Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16, acabou baleado. A adolescente não resistiu e morreu no pátio da escola. Luan foi transferido para o hospital num helicóptero do Samu, e se encontra em estado grave com uma bala na cabeça.