Alemães vão às ruas em protesto contra partido de extrema direita AfD

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Os manifestantes foram às ruas em mais de 60 cidades, de Colônia a Hamburgo, passando pela capital Berlim. O protesto foi convocado pelo grupo de associações Zusammen gegen Rechts (Juntos Contra a Direita). “A AfD não é um partido normal e não deve ser tratada como tal. Agora é a hora de considerar seriamente a proibição do partido”, afirmou o grupo em seu site.

Em Berlim, a manifestação ocorreu no Portão de Brandemburgo e reuniu mais de 7.000 pessoas, segundo os organizadores, 3.000, segundo a polícia. “Todos juntos contra o fascismo!” gritava a multidão com bandeiras de arco-íris e cartazes.

O partido Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve 20% dos votos nas últimas eleições legislativas. Poucos dias antes da posse do novo chefe de governo, Friedrich Merz, que lidera uma coalizão de conservadores e social-democratas, o serviço de inteligência interna (BfV) classificou a legenda como um grupo “extremista de direita” que poderia representar um perigo para a democracia.

Segundo o BfV, a ideologia do AfD “desvaloriza grupos inteiros da população na Alemanha e viola sua dignidade humana”, o que “não é compatível com a ordem democrática fundamental”.

Milhares de pessoas tomaram as ruas em várias cidades alemãs neste domingo, 11 de maio de 2025, em protesto contra o partido de extrema direita AfD.
Milhares de pessoas tomaram as ruas em várias cidades alemãs neste domingo, 11 de maio de 2025, em protesto contra o partido de extrema direita AfD. REUTERS – Christian Mang

Na quinta-feira (8), o BfV suspendeu temporariamente a classificação enquanto aguarda a resolução do recurso do partido na justiça. A decisão gerou tensões políticas dentro e fora da Alemanha, especialmente com os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump expressou apoio à AfD.

A proibição da legenda de extrema direita é uma questão espinhosa para o atual chefe do governo alemão, Friedrich Merz, cuja tarefa é conter a ascensão do partido que ficou em segundo lugar nas eleições gerais de fevereiro. Até agora, os conservadores têm se oposto a isso, para não reforçar o AfD em seu suposto papel de vítima.


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