Julho Amarelo: Mês é marcado pela conscientização das hepatites virais

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Julho é o mês de conscientização sobre as hepatites virais, o conhecido “Julho Amarelo”. E a Secretaria da Saúde (Sesa) chama atenção para a campanha e a importância de manter a população informada sobre a prevenção, diagnóstico e o tratamento das hepatites. A hepatite é a inflamação do fígado, e pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. As hepatites virais são inflamações causadas por vírus e que podem ser classificados por letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. São doenças silenciosas, na maioria dos casos.

O coordenador do Programa Estadual de Hepatites Virais, o médico infectologista Marcello Leal, conta que para o ano de 2023, o Ministério da Saúde realizará nos próximos dias 10, 11 e 12 de julho um seminário com a presença das referências nacionais, estaduais e municipais para debater a eliminação das hepatites virais B e C no Brasil.

“Um encontro para que possamos, com as entidades parceiras e sociedade civil que compõem a história das hepatites virais em nível nacional, retomar os debates acerca do caminho brasileiro para eliminação das hepatites B e C como problema de saúde pública até 2030. No Espírito Santo, essas são as hepatites virais mais frequentes”, explicou Leal.

No Estado, de 1º de janeiro a 25 de junho de 2023, foram notificados 154 novos casos de Hepatite B e 92 novos casos de Hepatite C. Em todo o ano de 2022, foram 264 novos casos de Hepatite B e 189 de Hepatite C.

“As hepatites B e C são transmitidas pelo contato com sangue contaminado presente em objetos compartilhados como agulhas, seringas, lâminas de barbear ou depilar ou escova de dentes. A hepatite B também é transmitida pela relação sexual e de mãe para filho durante a gestação. É importante que a população se vacine contra a hepatite B, use preservativos nas relações sexuais, não compartilhe objetos de uso individual e só faça tatuagens ou instalação de piercings em locais vistoriados pela Vigilância Sanitária”, informou o coordenador do Programa Estadual de Hepatites Virais.

O profissional salientou também sobre o diagnóstico e o tratamento. “Os exames para diagnóstico das hepatites estão disponíveis nas Unidades de Saúde e o tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde”.

Durante todo o mês de julho, os municípios capixabas terão uma programação própria com a realização de ações de testagens rápidas de hepatites B e C, sífilis e HIV e aconselhamento. Ao longo da campanha, também serão ofertados preservativos, panfletos e encaminhamento para imunização contra as hepatites A e B. Verificar programação junto às secretarias municipais de saúde.

 

Orientações à população: prevenção, diagnóstico e tratamento

É importante que a população se atente à prevenção de quaisquer hepatites virais. As hepatites A e E têm suas formas de transmissões por meio do contágio fecal-oral, desta forma manter a higienização pessoal e dos alimentos, em especial os que são consumidos crus, são essenciais como prevenção aos casos.

Para as hepatites B, C e D as formas de transmissão podem ocorrer das seguintes maneiras:

– Transmissão por contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam;

– Transmissão por relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada pelos vírus das Hepatites B e D;

– Transmissão vertical que pode ocorrer durante a gravidez e o parto. Em relação à amamentação, a transmissão pode ocorrer caso ocorram fissuras nos mamilos durante a amamentação, mas esta não é contraindicada se forem realizadas ações de prevenção de hepatite B tais como a profilaxia para o recém-nascido, por meio da vacinação;

– Transmissão por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, muito comum no passado é atualmente considerada rara.

A vacinação é a principal prevenção à hepatite B, e também protege contra a hepatite D. Há ainda a vacina para prevenção a Hepatite A, que é indicada para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos. E para que se tenha uma baixa circulação dos vírus no território, a manutenção das coberturas vacinais adequadas, seguindo a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, se faz necessária. Em 2022, a cobertura vacinal de hepatite B no Estado de crianças menores de 1 ano foi de 82,27% e para hepatite A, em menores de 1 ano, foi de 80,35%. Para ambos os imunizantes, a meta preconizada é de 95%. Os dados parciais de 2023 (janeiro a maio, apontam cobertura de 83,61% para hepatite B e de 86,95% para hepatite A.

Já o diagnóstico e o tratamento para as hepatites virais acontecem na Atenção Primária a Saúde. Para o diagnóstico das hepatites A, D e E é realizado por meio do exame de sangue, já as hepatites B e C, podem ser diagnosticadas por testes rápidos, que estão disponíveis nos serviços de saúde. O diagnóstico para a Hepatite B pode acontecer também durante o pré-natal.

 


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