O Sun Tzu interativo

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Temos trazido ao longo desses últimos anos relatos sobre fatos e pessoas que se diferenciaram na Polícia Militar no Brasil e, em especial, no Espírito Santo.

Ao longo de nossa carreira nas fileiras da PMES, encontramos homens e mulheres de extraordinário caráter e competência ímpar.

Ainda escreveremos sobre as transformações na PMES, como o Programa de Planejamento de Segurança Pública do Espírito Santo (Propas), a Polícia Interativa, o P3M e o ousado sistema de ensino à distância, a premiada Instrução Modular.

A Instituição de Ortiz sempre foi um celeiro de profissionais vocacionados para fazer o bem, esforçando-se para a promoção cotidiana da ordem pública e da cultura de paz.

Nosso juramento é solene e vicário, pois, de modo voluntário, legal e público, colocamos, em tempo integral, a nossa vida em defesa da sociedade.

Toda a formação profissional, além da ritualística militar, é alicerçada em saberes de largo espectro, passando da sociologia às ciências policiais, consolidando a bravura ética e moral do soldado capixaba.

Foi no 3º BPM, em Alegre, sob o comando do coronel Carlos Magno da Paz Nogueira, que conhecemos a obra de Maquiavel, durante todo o ano de 1989. As reuniões de oficiais eram verdadeiros seminários sobre o pensamento do florentino.

Na cidade de Guaçuí aprendemos muito de 1994 a 1997. Foi nessa época que descobrimos as clássicas obras de Liev Tolstói e Fiódor Dostoiévski. Aprendemos que se não cantássemos nossa aldeia, não poderíamos cantar o mundo.

Assim, a era de resolução de conflitos com a comunidade levou-nos a criar o primeiro Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) da polícia brasileira, em 1994, depois replicado pelo país.

Guaçuí formulava uma nova maneira de resolver velhos problemas. As palavras-chaves eram: audição, diálogo, negociação de conflitos e cultura de paz.

A “nossa guerra” precisava de arte, diálogo, habilidade, estratégia e inteligência seletiva. Onde encontraríamos um militar com esse perfil para promover a interatividade social?

A solução estava perto de nós. O homem certo para o lugar certo. Um ser político, carismático, educado, de rara beleza intelectual e profissional. Achávamos o nosso Sun Tzu na PMES.

Um sargento do quadro de Comunicações da PMES, historiador, gentil, provado, leal e mais, nascido na “capital secreta do mundo”. Esse era o escolhido, um cachoeirense.

Enfim, nunca é tarde para dizer que Guaçuí (ES), a “Pérola do Caparaó”, com seus belos canteiros de flores, ainda continua em evidência pelas mãos do hoje “bissecretário” municipal de Meio Ambiente, o capitão da reserva Roberto Martins, o nosso Sun Tzu interativo.

 

Júlio Cezar Costa, coronel da PMES e Associado Sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

 


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