Israel promete continuar guerra em Gaza enquanto reféns não forem libertados pelo Hamas
Em comunicado, o Exército israelense indicou que Zamir fez uma visita à Faixa de Gaza para uma avaliação da situação, acompanhado de outros comandantes. Segundo ele, nos próximos dias será possível saber se um acordo para a libertação dos reféns será alcançado com o grupo Hamas.
“A guerra continua e vamos adaptá-la à realidade que muda de acordo com nossos interesses”, acrescentou. O chefe do Estado-Maior do Exército israelense ressaltou ainda que os resultados obtidos “proporcionam flexibilidade operacional” a Israel.
As declarações são feitas em um momento crítico na Faixa de Gaza, em que civis estão sendo hospitalizados e morrendo de fome devido à escassa ajuda humanitária que Israel tem permitido entrar no enclave. Na véspera, a França e a Alemanha realizaram operações de envio de suprimentos por aviões. A Itália anunciou neste sábado que participará da iniciativa similar a partir de 9 de agosto.
No entanto, para Zamir, as denúncias de escassez de alimentos no enclave palestino são infundadas. “A atual campanha de falsas acusações sobre uma fome deliberada é uma tentativa planejada, deliberada e mentirosa de acusar Tsahal [o Exército israelense] — de crimes de guerra”, declarou. “Os responsáveis pelas mortes e pelo sofrimento dos habitantes da Faixa de Gaza são o Hamas”, sublinhou o chefe do Estado-Maior.
Witkoff em Tel Aviv e em Gaza
O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, se reuniu neste sábado (2) em Tel Aviv com membros de famílias de reféns israelenses que permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza. O negociador americano caminhou até a chamada Praça dos Reféns, em Tel Aviv, onde parentes das vítimas o receberam com gritos de “Tragam-nos para casa agora”.
Um comunicado do Fórum de Famílias de Reféns informou que, durante o encontro de quase três horas, Witkoff ressaltou “o compromisso do presidente [Donald] Trump”, assim como “seu próprio compromisso pessoal” para a libertação de todos os reféns.
Centenas de pessoas, algumas vestidas de preto e exibindo fotos de reféns, protestaram durante a manhã no local. “Basta!”, afirmou Michel Ilouz, pai do refém Guy Ilouz. “Quanto mais tempo poderemos continuar sendo atormentados? Em breve chegaremos a dois anos de sofrimento indescritível, 666 dias de trauma”, acrescentou.
“A guerra deve acabar. O governo israelense não acabará com a guerra por vontade própria. É preciso pará-lo”, declarou Yotam Cohen, irmão do refém Nimrod Cohen.
Na sexta-feira (1°), Witkoff se reuniu com moradores da Faixa de Gaza, segundo imagens divulgadas por seu gabinete. No local, o negociador americano prometeu agir para aumentar a entrada de ajuda humanitária ao enclave palestino.
Segundo várias ONGs, os carregamentos que Israel permite entrar por via terrestre e aérea são insuficientes. O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo grupo Hamas, afirma que 147 pessoas morreram de fome desde o início da guerra, em outubro de 2023. Desse total, 88 eram crianças, o que evidencia o impacto devastador da crise humanitária.
