Flavio Dino pede que STF investigue Marcos Do Val e filhos de Bolsonaro por fake news
Segundo o ministro de Lula, parlamentares o associaram ao crime organizado por conta de uma visita ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, sem escolta policial
O senador capixaba Marcos Do Val (Podemos) faz parte do grupo de parlamentares que podem ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pela suposta prática de fake news.
O chefe da pasta da Justiça enviou ao supremo, na última segunda-feira (20), uma notícia-crime em que pede que a Corte investigue, além de Do Val, o senador Flávio Bolsonaro (PL), bem como os deputados federais Carlos Jordy (PL), Carlos Roberto Coelho de Mattos (União Brasil), Eduardo Bolsonaro (PL), Otoni de Paula (MDB) e Paulo Bilynskyj (PL).
Flávio e Eduardo são filhos do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), que não conseguiu se reeleger para o cargo no pleito do ano passado.
A investigação, caso o pedido seja acolhido pela Corte Suprema, aconteceria no âmbito do inquérito das fake news, hoje conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O pedido de Dino tem como base a repercussão de uma visita feita por ele ao Complexo da Maré, comunidade do Rio de Janeiro, no último dia 13.
Segundo o ministro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sua ida à Maré foi repercutida nas redes sociais de parlamentares que insinuaram um possível envolvimento de Dino com o crime organizado, uma vez que ele teria entrado na região sem escolta policial.
Na avaliação de Dino, a imunidade parlamentar não pode ser usada como escudo para a prática de atividades ilícitas, ainda mais quando contrárias à ordem constitucional.
“Tais publicações, além de tentarem ferir a honra e imputar o cometimento de crime, estão carregadas de preconceito contra as camadas menos abastadas da sociedade, especialmente as favelas e demais periferias urbanas, que são frequentemente alcançadas pela discriminação e racismo, razões pelas quais há necessidade de apuração da conduta dos parlamentares”, disse o ministro.
Ainda de acordo com o Dino, esse tipo de notícia falsa só consegue ser criada por quem, além de não compreender o desenvolvimento de políticas públicas, tem a maldosa intenção de ferir a honra.
“Tais condutas, apesar de, a princípio, estarem destinadas principalmente a este ministro, alcançam as pessoas em situação de vulnerabilidade que residem no Complexo do Maré, reforçando estigmas, constrangimento, humilhação, vergonha em virtude das questões econômicas e dos problemas urbanos (em especial, a criminalidade) pelos quais sofre a localidade, atraindo, assim, a incidência do ilícito penal”, afirmou.