lOropouche: estudo quer identificar moléculas que podem ajudar na criação de testes e vacinas
Estudo realizado em parceria com o governo do Estado analisa infectados para identificar moléculas da doença
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o governo do Espírito Santo iniciaram um estudo inédito sobre a febre oropouche, doença viral transmitida pelo inseto maruim.
O estudo tem como foco a análise dos pacientes infectados para identificar moléculas que possam auxiliar no diagnóstico e no desenvolvimento de vacinas. Apesar do avanço da infecção no Estado, ainda há poucas pesquisas sobre o tema.
De acordo com Daniel Gomes, coordenador do Núcleo de Doenças Infecciosas da Ufes, a pesquisa pretende identificar componentes presentes nos pacientes durante o processo infeccioso.
“Esses componentes podem ser utilizados para prever quais pacientes tendem a agravar e também para o desenvolvimento de novos testes de diagnóstico e vacinas“, explicou.
Os sintomas da febre oropouche incluem febre e dor no corpo, mas os especialistas destacam diferenças em relação a outras viroses.
“Médicos que acompanham os casos notaram que a dor de cabeça é mais intensa e muitas vezes impede a leitura no celular. Além disso, os sintomas desaparecem e reaparecem entre 10 e 14 dias após a infecção inicial”, destacou Edson Delatorre, professor do Departamento de Patologia da Ufes.
Para confirmação da infecção, é recomendado que o paciente procure uma unidade básica de saúde. O sangue coletado é enviado ao Laboratório Central do Estado (Lacen), onde os testes e o monitoramento dos casos são realizados.
Rodrigo Rodrigues, coordenador do Lacen, alertou para o crescimento rápido da doença. “Em 2024, foram registrados 5.400 casos ao longo do ano. Em apenas 48 dias de 2025, já atingimos um número semelhante, o que indica que a febre oropouche pode se tornar endêmica no Estado”, afirmou.
O estudo conta com a colaboração de pesquisadores de outras instituições para identificar formas mais eficazes de combate à doença.
“Essa parceria pode gerar resultados rápidos e relevantes, tanto para a intervenção em saúde pública quanto para o desenvolvimento científico e tecnológico da Ufes”, concluiu Daniel.